Empaer ensina comunidade indígena a fazer farinha de buriti

Redação PH

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Empaer ensina comunidade indígena a fazer farinha de buriti

Na comunidade indígena da tribo Kayabi, na Aldeia Tatuí, localizada no município de Juara (709 km a Médio Norte de Cuiabá), foi realizada uma Demonstração de Métodos (DM) com a polpa do fruto do buriti para a produção de farinha.

A extensionista social da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Sirlene Espíndola, destaca que o fruto é nativo do cerrado, rico em vitaminas e está no período de colheita (agosto a dezembro). A DM contou com a participação de 25 mulheres da aldeia.

De acordo com Sirlene, o fruto do buriti maduro é mais fácil para produção de farinha e ideal para retirada da polpa. Para realização da demonstração, são separados os frutos e passado na peneira.

A polpa vai para a secagem ao sol por um período de 10 horas. Após esse período, a farinha está pronta e pode ser consumida. O trabalho é simples, mas exige cuidados com a higiene e manipulação do fruto.

A extensionista destaca que uma planta de Buritizeiro pode produzir até cinco mil frutos por ano e é considerada uma excelente fonte de vitamina A,B, C ,E, proteína e minerais como cálcio e ferro. O óleo extraído do fruto tem propriedades medicinais e também é utilizado na indústria de cosméticos.

E pode ainda combater a desnutrição em crianças e idosos. Ela explica que a comunidade indígena vive do cultivo de subsistência com os plantios de mandioca, banana, da pesca e do extrativismo com a coleta de castanhas do Brasil. “A farinha de buriti é uma alternativa para a alimentação que pode auxiliar na saúde dos povos indígenas e gerar renda”, enfatiza.

A Aldeia Tatuí está localizada a 55 quilômetros do município de Juara e possui em torno de 350 pessoas. Os técnicos da Empaer prestam assistência técnica às famílias, auxiliando na produção e fornecendo informações sobre crédito rural, associativismo, cooperativismo e outros. O evento foi realizado na segunda-feira (28.08).

Pesquisa com Buriti

Devido a pouco estudo em nossa região sobre a produção de mudas do Buriti (Mauritia flexuosa), pesquisadores da Empaer estão analisando sementes para acelerar o processo de germinação e a produção de mudas mais uniformes e vigorosas. A coordenadora do projeto de estudo da germinação de buriti, Doutora Eliane Forte Daltro, fala que o objetivo do projeto é avaliar o comportamento germinativo e o vigor de sementes de buriti.

Ela destaca que na maioria das espécies de palmeiras, a germinação das sementes é lenta, desuniforme e, freqüentemente, em baixa porcentagem. “Em virtude da dormência tegumentar que é um mecanismo que dificulta a absorção de água pelas mesmas, um dos principais entraves para produção de mudas é a dificuldade de germinação”, declara.

Somente neste ano de 2017, a Empaer já repassou mais mil mudas de buriti para os produtores rurais do Vale do Rio Cuiabá e Região Oeste do Estado. De acordo com Eliane, o foco do trabalho é também o incentivo do uso ornamental, recuperação de áreas degradadas, preservação das nascentes e alimentação humana.

O pesquisador da Empaer, Doutor David Silva, explica que estão realizando testes para verificar a composição bioquímica da semente de buriti para subsidiar as pesquisas com a palmeira. Ele explica que o estudo da fisiologia de sementes de espécies nativas, como o buriti, pode contribuir para a preservação das espécies que são exploradas intensamente em sistema extrativista.

Conforme Silva, o projeto será executado num período de dois anos e tem dentre outros objetivos desenvolver um protocolo para a germinação de sementes de buriti que possibilite a sua propagação e avanço na exploração racional de seu potencial econômico, alimentar e energético, podendo ser mais uma opção de trabalho e renda para o agricultor familiar.

Os produtos da Palmeira

O óleo extraído da fruta tem valor medicinal e pode ser utilizado como vermífugo, cicatrizante e energético natural. As substâncias do buriti também dão cor, aroma e qualidade a diversos produtos de beleza, como cremes, xampus, filtro solar e sabonetes. As folhas geram fibras usadas no artesanato, tais como bolsas, tapetes, toalhas de mesa, brinquedos e bijuterias.

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