Em primeiro mutirão de cirurgias, 48 pacientes fazem operação de vesícula

Em primeiro mutirão de cirurgias, 48 pacientes fazem operação de vesícula
A proposta é reduzir a fila não só para quem aguarda a retirada de vesícula, mas também para outras cirurgias eletivas - Foto por: Tchélo Figueiredo

Em primeiro mutirão de cirurgias, 48 pacientes fazem operação de vesícula

O primeiro mutirão de cirurgias adultas realizado no Hospital Estadual Santa Casa foi concluído com êxito. Das 81 pessoas habilitadas para operações de vesículas, 48 fizeram o procedimento neste sábado (31.08), após dois anos de espera na lista do sistema de regulação.

Em Mato Grosso, há aproximadamente 3.500 pacientes à espera de uma cirurgia de vesícula. Conforme o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, a proposta é reduzir a fila não só para quem aguarda a retirada de vesícula, mas também para outras cirurgias eletivas.

“Vamos intensificar essas ações no Hospital Estadual Santa Casa e em todos os hospitais sob a tutela do Governo do Estado de Mato Grosso, não apenas nas cirurgias de retirada de vesícula, mas outras eletivas, como hérnia, para que a gente amenize essa angústia dos pacientes que estão aguardado há anos numa fila”, diz Gilberto.

A secretária-executiva da SES-MT e diretora do hospital, Danielle Carmona, informa que a cirurgia de hérnia está programada para ocorrer no final do mês de setembro. Segundo ela, o objetivo é fazer uma triagem com 130 pacientes. Desses, os que forem considerados aptos participarão do próximo mutirão. Já o terceiro mutirão deverá atender pacientes que aguardam por cirurgia de varizes.

“A ideia é nós atendermos através de mutirões, porque com os mutirões na área de cirurgia geral possibilita uma alta rotatividade desses leitos com o tempo de permanência no leito de no mínimo 24h e mesmo com os mutirões os atendimentos de alta complexidade e média complexidade continuam, tendo em vista que é um hospital de grande porte, com 242 leitos”, explica Carmona.

O fim da espera

Depois de 1 ano e seis meses de espera, finalmente Fabiana Maria de Campos, 52, de Nossa Senhora do Livramento, será operada. Ansiosa pelo procedimento, ela recorda das dores que faziam parte de seu cotidiano desde que o problema em sua vesícula foi diagnosticado. “É uma dor que ‘arrodeia’ e vai para as costas e dá ânsia de vômito”, conta.

Prestes a pôr um ponto final nessa história, a paciente confessa estar alegre de ter sido chamada, mas ao mesmo tempo com medo da operação. Para ficar calma ela conta com o apoio de sua filha Karolayne Cristina de Campos, 20 anos, que já vivenciou os momentos de crise da mãe e tenta tranquilizá-la antes do procedimento.

“Quando vinha a crise, eu ficava nervosa, via ela desmaiar, vomitar e a levava às pressas para um hospital. Agora vou ficar com ela até que receba alta”, diz.

Diferente de Fabiana, a esteticista Maria José Oliveira, 47, está tranquila à espera da cirurgia. Ela aguarda por este momento desde 2017. Ao lado de seu esposo, Osvaldo Santos, 51, a esteticista esbanja felicidade.

“Eu e minha família ficamos felizes com a notícia de que eu seria operada, porque quando eu ficava com minha agonia e enjôos eu incomodava todo mundo”, diz Maria José, que se deslocou de Tangará da Serra até Cuiabá.

O mutirão

As cirurgias iniciaram às 7h deste sábado e a expectativa é que até às 16h tenham sido concluídas. Se não houver nenhuma intercorrência durante os procedimentos e o pós-operatório for tudo conforme o planejado, Fabiana, Maria José e as outras 46 pessoas devem receber alta no domingo (01.09).

O cirurgião-geral do Hospital Estadual Santa Casa, Rodrigo Fonseca Caetano, explica que o procedimento é de média complexidade e o quadro de cada paciente é avaliado de maneira individual para receber a alta médica.

“Avaliamos todos os pacientes a ‘beira-leito’ porque a sua dor pode ser diferente da minha.  Quem estiver com condições, sem dor e com nenhuma complicação já tem alta domingo mesmo. Agora, quem estiver com alguma dor ou complicação fica com a gente e é liberado na segunda-feira ou quando estiver bem”, acrescenta o médico.

Foram designados para o mutirão 68 profissionais entre anestesistas, cirurgiões, técnicos de enfermagem e enfermeiros, farmacêuticos, trabalhador da área de limpeza e do faturamento, além de técnico de TI.

As etapas

O mutirão foi divido em duas etapas. Na primeira, ocorrida no dia (24.08), os pacientes passaram pela pré-consulta; consulta com o cardiologista, para avaliação do risco cirúrgico; e pela consulta com o cirurgião geral, que analisa as condições gerais de cada indivíduo.

Dos 129 pacientes esperados para esta fase da ação, 108 compareceram na triagem pré-operatória – destes, 81 foram habilitados para o procedimento. Na segunda etapa, iniciada neste sábado, 48 pessoas foram submetidas à cirurgia. As outras 33 operações estão previstas para o mês de setembro.

Atualização de dados no SUS

Uma das dificuldades enfrentadas pela equipe da secretária adjunta de Regulação, Fabiana Bardi, é a localização dos pacientes que estão aguardando a convocação para as cirurgias da lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os números mostram que, do total de 461 pacientes, 154 não atenderam às ligações. Os dados mostram ainda que os números de 85 pessoas já não existem mais. Essa situação ocorre porque o paciente trocou de número e não informou o seu novo contato. Pacientes que estiverem nesta situação devem procurar uma unidade de saúde para solicitar atualização dos dados pessoais no sistema.

Serviço

O Hospital Estadual Santa Casa fica localizado na Rua Clóvis Hugueney, número 141, no bairro Dom Aquino, próximo à Praça do Seminário.

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