Em alta, dólar vale R$ 3,26

Redação PH

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crise econômica pode trazer oportunidades de investimento, avalia especialista

Em alta, dólar vale R$ 3,26

O dólar subia mais de 2,93% e superava os 3,26 às 14h desta sexta-feira. Mais cedo, a moeda norte-americana atingiu os R$ 3,28, maior calor em quase doze anos. A disparada do dólar foi motivada pela publicação da agência Bloomberg, que informava, citando uma fonte, que o governo não tentará segurar a escalada da divisa.

A pressão cambial tem sido originada por investidores buscando proteção em meio à turbulência política que vem dificultando a aprovação de medidas para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.

O dólar também avançava nos mercados externos, antecipando-se a uma possível sinalização do Federal Reserve na semana que vem de que a alta dos juros dos EUA está próxima.

Às 12h59, o dólar subia 3,21%, a R$ 3,263 na venda, após subir em oito das últimas nove sessões e acumular alta de mais de 10% desde o início do mês. Na máxima do dia, atingiu 3,2815 reais, maior cotação intradia desde abril de 2003

"O nosso horizonte está muito ruim e, para piorar, tem as manifestações no fim de semana", disse o estrategista da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno, referindo-se aos protestos em favor do impeachment de Dilma.

— O investidor estrangeiro diz: 'vou sair por enquanto e volto quando tudo se resolver' e isso estressa o mercado.

A principal preocupação é que, à medida que a popularidade da presidente Dilma Roussseff cai e cresce a rebeldia na base governista no Congresso, torna-se cada vez mais custoso para o governo implementar as dolorosas medidas de ajuste e resgatar a credibilidade da política fiscal brasileira.

Essa perspectiva tem sido corroborada também pelos desdobramentos do escândalo bilionário de corrupção na Petrobras, que vem assustando investidores estrangeiros.

Os ruídos em torno do futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio completavam o quadro de apreensão doméstica. O BC vem vendendo swaps cambiais diariamente desde agosto de 2013 para oferecer proteção cambial e limitar a volatilidade, em um programa marcado para durar pelo menos até o fim deste mês.

As incertezas ganharam ainda mais força no início da tarde após a Bloomberg noticiar que o governo não vai tentar segurar a alta do dólar, apesar de considerar parte desse movimento como especulação, citando uma fonte. Segundo a fonte, o BC não vai "queimar reservas" para conter o avanço da moeda norte-americana.

"O mercado está sensível e corre para comprar dólares quando ouve uma notícia dessas", disse o economista-chefe do BESI, Jankiel Santos.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2.000 swaps pelas rações diárias, equivalentes à uma posição vendida de US$ 97,5 milhões. Foram vendidos 1.050 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 950 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 36% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

Casas de câmbio

Pela manhã, a reportagem do R7 apurou que as casas de câmbio de São Paulo já cobram até R$ 3,60 pela moeda americana, já com a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Esse é o valor cobrado pela Cotação para o dólar no cartão pré-pago. Já a moeda em espécie custa R$ 3,43. A Confidence Câmbio cobra R$ 3,59 no cartão pré-pago e R$ 3,42 em espécie.

Já a MoneyShop está vendendo a moeda americana no cartão pré-pago por R$ 3,57, já com o IOF incluído. E por R$ 3,38 pelo dólar em espécie.

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