O fanático por aventureiras tem uma nova possibilidade de realizar um sonho: a Honda acaba de lançar a nova XR 300L Tornado 2025, uma moto que deixou saudade em quem curte a motocicleta que topa de tudo.
Ela chega ao mercado por R$ 27.690, pronta para brigar com a Yamaha XTZ 250 Lander, que sai por R$ 25.790. (veja ao final o comparativo com as concorrentes). A Tornado tem o mesmo preço da Sahara 300 Rally, a versão intermediária da Trail menos esportiva.
A Tornado foi apresentada há pouco mais de um mês no Festival Interlagos. Como um modelo de baixa cilindrada, tem ótimo potencial de venda por conta do preço, versatilidade e por ser uma opção mais apta para encarar bastante lama.
A nova edição apresenta uma evolução quando comparada àquela que saiu de linha 15 anos atrás: o motor é de 300 cilindradas (cc), não 250 cc como antes. A Lander carrega o volume até hoje.
Este é o quarto lançamento da fabricante de japonesa, que promete mais seis novas motos até o fim do ano. Já foram lançadas as novas Sahara 300, Pop 110i ES e Elite 125.
Peso histórico da Tornado
A Sahara tem uma história de mais de 30 anos no mercado brasileiro, lançada em 1990. Desde 2001, porém, a Tornado fez barulho no mercado pela capacidade off-road.
Um dos itens que mais fez sucesso à época foi o painel digital, uma novidade da Tornado que poucas motocicletas tinham. Mas foi a versatilidade de rodar por trechos urbanos e rurais que fez dela uma boa opção.
Esse DNA só foi alcançado porque ela é derivada das motocross da Honda, sobretudo o chassi e a suspensão.
Nas unidades fabricadas na primeira década do século, o câmbio de seis velocidades tinha a função “overdrive”, ou seja, a última engrenagem mantém o motor em rotação mais baixa e ajuda a melhorar o consumo. Em outras palavras, a sexta marcha servia apenas para manter a velocidade, não para fazer ultrapassagens.
À época, o motor de 250 cilindradas rendia 23,2 cv de potência e 2,41 kgfm de torque. A aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 12,5 segundos.
Sua aposentadoria foi acelerada para 2009, por conta do PROMOT, o programa de controle de poluição, que inviabilizou os motores com carburador. A Tornado de primeira geração saiu de cena para entrada da XRE 300.
Visual e desempenho vão agradar?
Pelo design, já dá para perceber que a missão da XR 300L Tornado é inspirar o brasileiro para aventuras em terrenos fora de estrada. O desenho é inspirado nas motocicletas desenvolvidas para competição no off-road.
O motor da aventureira tem 293,5 cm³ e entrega 24,8 cv de potência e 2,74 kgfm de torque quando está abastecido com etanol. Por ser flex, ele também aceita gasolina. Um câmbio de seis velocidades está acoplado ao motor.
A Yamaha XTZ 250 Lander ABS tem motor flex de 249 cm³, que disponibiliza 20,9 cv de potência e 2,1 kgfm de torque. Ou seja, a Honda sai na frente no quesito motor.
Veja abaixo a comparação:
Honda XR 300L Tornado 2025 tem iluminação dianteira e traseira de LED — Foto: Divulgação | Honda
Tornado ou Sahara?
A despeito da Sahara 300 também ser considerada aventureira, o para-barro é muito próximo do pneu, o que tira dela a capacidade de passar por áreas muito lamacentas, por exemplo. A Tornado tem essa peça em posição mais elevada, evidenciando sua capacidade off-road mais desenvolvida.
Outro ponto favorável da Tornado é o banco mais reto. Quando se roda por terrenos acidentados, é comum o condutor levantar do assento para poupar o corpo dos trancos e para equilibrar a motocicleta. Um banco mais fino também permite que o motociclista “agarre” a moto com as pernas, deixando o equilíbrio mais certeiro em manobras arriscadas.
Apesar de terem o mesmo tanque de combustível, com 13,8 litros de capacidade, o espaço para a reserva na Tornado (3,7 litros) é maior que o da Sahara (2,6 litros).
“Quem utiliza a Tornando normalmente passa por vias que não tem acesso rápido a combustível. Por isso, na Tornado, o sistema avisa antes que entrou na reserva para que dê tempo de chegar até um local seguro para abastecer”, diz Luiz Gustavo Guereschi, supervisor de relações públicas da Honda Motos.
A Tornado é 2 cm mais comprida (2,20m) e 2 cm mais alta (1,29m) que a Sahara. Contudo, elas possuem a mesma distância entre-eixos (1,42m). A Sahara, entretanto, tem uma ligeira vantagem para quem é baixo: a altura do assento é 4 cm mais baixa que a da Tornado (89 cm).
Em termos de amortecimento, as duas motos da Honda possuem a mesma suspensão dianteira (245 mm), mas há uma diferença de apenas 2 mm em favor da Tornado na traseira (227 mm no total). A suspensão com maior curso ajuda a absorver de forma mais eficiente os impactos das vias.
Na dianteira, as bengalas da suspensão dianteira (duas hastes onde a parte superior da moto se une à roda) possuem coifa sanfonada para evitar a entrada de sujeira no sistema. Desta forma, ao utilizar a moto em estradas de terra, os amortecedores são preservados. As rodas são de 21 polegadas na frente e 18 polegadas atrás.
A suspensão traseira tem sete níveis de ajuste de pré-carga. Desta forma, cada motociclista pode personalizar a maciez da suspensão para o seu peso e gosto pessoal.
Por fim, o painel, posição de pilotagem, peso e pedaleiras são distintos nas duas motos. O chassi, por exemplo, deriva da CRF 250F, que é uma motocicleta voltada apenas para as competições em trilhas, pois nem local para placa ela tem.
No quesito tecnologia, a novidade tem todas as luzes da dianteira e traseira de LED. Tanto Sahara quanto Tornado possuem mostradores digitais, com indicador de troca de marcha, marcador de combustível, conta-giros e computador de bordo. Contudo, a disposição das informações e das cores é diferente nas duas motos.
Tornado 2025 tem o banco fino para facilitar manobras no fora-de-estrada — Foto: Divulgação | Honda
Para segurança, há freios a disco nas duas rodas e freios ABS com dois canais, ou seja, é possível acionar o freio dianteiro e traseiro independentemente, sem que haja compensação da força para um lado ou outro.
Por falar em freios, algo que chamou atenção na internet após as primeiras fotos divulgadas foi o mangote do freio dianteiro que passa por cima do painel. Segundo Guereschi, a mangueira de freio tinha que fazer este caminho por conta do uso específico da moto durante o off-road.
“Como ela é pensada para uso intenso dos freios, é comum que o sistema trabalhe com temperaturas mais altas. Por conta desse cenário, a probabilidade de criar bolhas no fluído de freio com uma mangueira de ângulos acentuados seria grande”, afirmou o executivo.
“Para garantirmos que o usuário não perca capacidade de frenagem sob nenhuma circunstância, resolvemos passar o mangote por cima do painel com um ângulo bem mais aberto e seguro.”
Qual é o preço?
Compare o preço da XR 300L Tornado, o da rival da Yamaha e as duas motos da Honda com o mesmo motor:
- Honda XR 300L Tornado: R$ 27.690
- Yamaha XTZ 250 Lander: R$ 25.790
- Honda Sahara 300 Standard: R$ 27.090
- Honda Sahara 300 Rally: R$ 27.690
- Honda Sahara 300 Adventure: R$ 28.650
- Honda CB 300F Twister CBS: R$ 22.370
- Honda CB 300F Twister ABS: R$ 23.330
No Brasil, a Tornado será oferecida apenas na cor vermelha. A expectativa é que as vendas da Trail girem em torno de 3,5 mil a 4 mil unidades por mês, ou 20 mil neste segundo semestre. É o número registrado pela concorrente Yamaha XTZ 250 Lander nos primeiros seis meses do ano.