O governo projetou déficit de mais de R$ 30 bilhões no Orçamento Geral da União de 2016, o que equivale em média a 0,5% do PIB. Segundo o economista Marcos Silvestre, essa clareza do governo em divulgar os números tem um quê de "sem-vergonhice", pois a conta está sendo empurrada para a população.
O tamanho do rombo reflete o momento de crise que o Brasil vive. Muitas empresas tiveram cortes e, consequentemente, houve um aumento da taxa de desemprego. Com menos pessoas com poder de compra, significa que a arrecadação de impostos será baixa.
No orçamento, R$ 280 bilhões foram reservados para o funcionalismo, R$ 490 bilhões para a previdência, R$ 190 bilhões para custos como água, luz e passagens aéreas e R$ 200 bilhões serão transferidos para os estados e municípios, sobrando pouco mais de R$ 2 bilhões para governar.
O orçamento prevê ainda que o salário mínimo custará R$ 865,50 e a inflação ficará em tornou de 5,4%.
Segundo Silvestre, faltou no orçamento uma proposta de enxugamento, porque, da forma como foi apresentada, não haverá cortes e a conta será paga pela população, provavelmente com aumento dos impostos.