Dois anos após chegada de vagões, obra de VLT de Cuiabá está parada

Redação PH

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Dois anos após chegada de vagões, obra de VLT de Cuiabá está parada

A chegada dos primeiros vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá completou dois anos nesta sexta-feira (6) em uma época sem qualquer perspectiva de retomada das obras de implantação do metrô de superfície, trabalhos que estão paralisados na região metropolitana da capital.

Licitada por R$ 1,477 bilhão, a implantação do VLT havia sido contratada pelo estado para a Copa do Mundo de 2014 e teve início em 2012, mas apenas sete dos 22 quilômetros de trilhos previstos foram construídos até a paralisação das obras no final do ano passado.

No dia 6 de novembro de 2013 chegaram a Cuiabá os primeiros sete vagões (módulos) do metrô de superfície. Assim como aconteceria com as demais 33 composições fabricadas na Espanha, os vagões foram transportados em carretas do Porto de Santos (SP) até Cuiabá.

Na ocasião, a chegada foi anunciada pelo então governador Silval Barbosa (hoje preso) e as carretas com os veículos – com capacidade para 400 pessoas cada – passaram por algumas das principais avenidas da cidade antes de os módulos serem armazenadas na área destinada ao futuro centro de controle e manutenção, em Várzea Grande (cidade da região metropolitana), onde estão até hoje sem terem transportado um só passageiro desde então.

Dentro do valor global das obras de implantação do VLT, a aquisição do material rodante (que inclui os vagões) corresponde a pouco mais de um terço. Os veículos foram fornecidos pela empresa espanhola CAF, uma das integrantes do consórcio vencedor da licitação.

Sob alegação de problemas com desapropriações judiciais, o governo estadual e o consórcio responsável descumpriram o prazo original de entrega das obras do VLT, fixado em março de 2014. O contrato chegou a ser aditivado prorrogando o prazo até o final do ano, mas, mesmo assim, os trabalhos não foram executados: devido ao não recebimento de pagamentos mensais de outubro, novembro e dezembro de 2014, o consórcio paralisou os trabalhos no final daquele ano.

Devido a discordâncias entre o estado e o consórcio sobre o contrato e o andamento das obras do VLT, o caso foi para a Justiça Federal. De um lado, o consórcio alega necessidade de recebimento dos valores atrasados, revisão contratual e novos aportes financeiros para finalizar os trabalhos. Do outro, o estado aponta falhas de engenharia e se nega a desembolsar mais dinheiro pela obra, para a qual já pagou mais de R$ 1 bilhão.

Enquanto isso, os vagões têm passado por manutenção e este ano foram submetidos a vistoria da estrutura física, já que estão estacionados expostos a chuva e sol no centro de controle, localizado ao lado do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

Recentemente, por determinação da Justiça, o atual governo contratou uma empresa de consultoria pelo valor de R$ 3,8 milhões para fazer um estudo de viabilidade da retomada das obras do VLT. Em 120 dias, a empresa deverá apontar a possibilidade de um cronograma de continuidade dos projetos e a viabilidade financeira do sistema de transporte.

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