Doenças da aorta requerem diagnóstico preciso e tratamento adequado, alerta especialistas

Redação PH

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Doenças da aorta requerem diagnóstico preciso e tratamento adequado, alerta especialistas

Maio é apenas o quinto mês do ano e quase 140 mil pessoas já morreram por causa de doenças cardiovasculares, segundo o “Cardiômetro” da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). As doenças de aorta apresentam uma parcela significativa desses óbitos. Entre elas,a dissecção da aorta – uma situação extremamente grave que causa uma espécie de "rasgo" na maior artéria do corpo – é uma das grandes vilãs silenciosas desse quadro.

Diagnosticar precisamente e escolher o tratamento adequado, caso a caso, ainda é a melhor forma de reverter esta situação. É o que aconselha o cirurgião cardiovascular Ricardo Ribeiro Dias, responsável pelo Núcleo deMiocardiopatiase Doenças da Aorta do Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP), de São Paulo, durante a palestra “Dissecção da Aorta”, promovida pelo Santa Rosa Cor em parceria com o Hospital Santa Rosa, que ocorreu na última sexta-feira (26.05), no auditório da instituição, em Cuiabá.

“Essa é uma doença que requer uma busca ativa do ponto de vista preventivo, pois uma cirurgia feita em caráter eletivo tem um resultado muito bom. Se feita num hospital com uma estrutura boa como o Santa Rosa, por exemplo, com uma equipe acostumada a lidar com esse tipo de paciente, a mortalidade é quase como a de uma cirurgia de coronária, que é de 1% a 2%. Quando é feita em uma situação de emergência, o resultado pode ser muito ruim – com 25% a 30% de mortalidade”, explica Dias.

Segundo um estudo americanodivulgadona revista científica "Circulation", publicação oficial da American HeartAssociation, as dissecções da aorta que resultam na ruptura do vaso sanguíneo têm uma taxa de 90% de mortalidade se o tratamento não for realizado a tempo, pois pode ocasionar uma perda rápida e massiva de sangue. Recentemente, um caso fatal de dissecção da aorta ganhou os noticiários no país com a morte do cantor e compositor Belchior, no município de Santa Cruz do Sul (RS).

“Neste caso do Belchior, ela era sintomática. Ou seja, o paciente sente dor, o que ocasiona a busca por atendimento médico. O problema é que, na maioria dos casos, a doença crônica da aorta é assintomática. O nosso sistema preventivo de busca ativa, como os famosos check-ups não funcionam, pois a população só vai ao médico quando está doente e se sente mal. Já, quando está bem, ela não procura o médico”, alerta o cirurgião cardiovascular.

CLASSIFICAÇÃO– De acordo com Dias, o tempo de início do evento de dissecção determina sua classificação em aguda ou crônica. Quando o início do evento é menor que duas semanas define-se como dissecção aguda. Já os processos mais tardios, como dissecção crônica. Tal reconhecimento é necessário, pois será importante no tratamento a ser empregado.

“Esse paciente [com diagnóstico de dissecção de aorta] precisa de uma abordagemsuperdirecionada e de uma busca ativa por um diagnóstico, em virtude da necessidade de caracterização anatômica do comprometimento, para que seja levado para a cirurgia de forma correta. Tendo em vista quese houver atraso o resultado não será tão satisfatório", ressalta.

A maioria dos pacientes portadores de dissecção aguda da aorta apresenta dor intensa, de início súbito, de caráter migratório, normalmente descrita como uma sensação de rasgamento ou facada. “Às vezes, o paciente chega no hospital com uma dor tão intensa que desmaia. Um quadro de dor súbita acompanhada da rasgadura da parede”, esclarece Dias.

ALERTA– Muito associada às doenças genéticas, no segmento da aorta ascendente, a dissecção afeta muitos pacientes jovens, entre 20 e 40 anos, que correspondem à população mais atendida pelos cirurgiõescardiovasculares. No entanto, de uma forma geral, ela é considerada uma “doença deidoso” e pode vir a aumentar sua ocorrência em prol do processo de inversão da pirâmide populacional.

“Com o envelhecimento da população, o aumento da incidência da doença é quase exponencial. Entre paciente com média de idade entre 70 e 80 anos, seu aparecimento irá dobrar ano a ano. Ou seja, essa é uma doença que cada vez mais vai estar frequente no nosso meio. E,se não for adequadamente tratada, cada vez mais pacientes vão morrer em decorrência dela”, alerta o cirurgião.

PREVENÇÃO– De acordo com o responsável pela Unidade Coronariana do Hospital Santa Rosa, o cardiologista MarcosTenuta, a dissecção daaorta quase sempre está associada ao aneurisma de aorta – que é identificável por meio de check-ups e exames relativamente simples da área cardiovascular. Inclusive, segundo o estudo da “Circulation”, a hipertensão arterial não controlada está relacionada a 75% desses casos.

“Antes, o enfoque da atuação médica na área cardiovascular era o indivíduo doente. Já, hoje, com uma mudança no enfoque, nós buscamos a prevenção de doenças cardiovasculares – que são as que mais matam no mundo [infartos,AVCse também as doenças de aorta]. É preciso estar em dia com sua saúde. Procurar seu médico, seu cardiologista, fazer check-ups regularmente e tratar fatores de risco como, por exemplo, pressão alta e colesterol”, pondera.

SANTA ROSA COR– O Santa Rosa Cor oferece desde os mais simples diagnósticos e tratamentos cardiológicos até o atendimento de situações de maior risco e complexidade. A área Cardiológica do Hospital Santa Rosa reúne uma equipe de profissionais multidisciplinar altamente capacitada e atualizada.

Uma Unidade de Tratamento Coronariano, com equipe de enfermagem especializada e cardiologistas de plantão 24 horas por dia, plenamente capacitada para atender pacientes com problemas cardíacos em situação crítica ou de alta complexidade. Por meio do Check-Up Executivo, oferecido no Hospital Santa Rosa, uma equipe multidisciplinar realiza uma série de exames e consultas de diferentes especialidades em um só dia.

ACREDITAÇÃO– O Santa Rosa é o único hospital do Centro-Oeste certificado pela Acreditação Canadense, nível Diamond – uma das principais certificações de qualidade em saúde no mundo. A instituição também é certificada em Excelência, Nível III, pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

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