Documento revela que instabilidade começou 3 horas antes do apagão

Redação PH

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Documento revela que instabilidade começou 3 horas antes do apagão

O Jornal da Globo teve acesso a um documento indicando que, no dia do apagão, os problemas no sistema elétrico brasileiro começaram muito mais cedo do que foi divulgado pelas autoridades.

O documento mostra a frequência no sistema interligado nacional, na segunda-feira (19). De acordo com o gráfico, o sistema começou a ficar desequilibrado cerca de três horas antes do momento em que o ONS (Operador Nacional do Sistema) mandou as distribuidoras cortarem o fornecimento.

A instabilidade começou ainda de manhã, por volta das 11h e, a partir de meio-dia, só piorou, se acentuou cada vez mais. atingiu à frequencia de 59,4 Hz que, segundo especialistas, é o limite para começarem os alertas. Perto das 14h, chegou á pior situação se aproximando do ponto em que o sistema inteiro poderia entrar em colapso.

Um tempo depois veio a ordem para o corte de carga nos estados. O Jornal da Globo consultou vários especialistas no sistema elétrico. Todos disseram que a frequência só começa a cair quando a geração não é suficiente para a demanda. Ou seja, quando, por alguma razão, a energia disponível não é suficiente para atender todo o consumo.

Para o especialista Cláudio Sales, o gráfico reforça que o sistema está sem a chamada "reserva girante", uma reserva de energia usada para atender às oscilações da demanda.

"O que aconteceu é que, no momento em que o consumo teve um pico, não tinha mais geração suficiente para poder atender. O fenômeno elétrico que acontece numa circunstância como essa é a queda da frequência. E o que acontece por conta da queda da frequência? Provoca o desligamento de geradores de usinas. E foi esse o fenômeno e foi isso que fez com que o ONS tivesse que intervir. Isso é um pouco o retrato que não existia mesmo uma reserva girante suficiente para recompor isso rapidamente", explica Cláudio Sales, especialista do Instituto Atente Brasil.

Nossa equipe pediu esclarecimentos ao ONS e ao Ministério de Minas e Energia. O ministério respondeu apenas que todas as informações sobre a ocorrência estão sendo coletadas e só depois de todo o processo de análise vai divulgar as conclusões.

Na terça-feira (20), um dia depois do apagão, o Brasil comprou energia da Argentina. Foram 165 MW médio. O ONS disse que o volume importado é muito pequeno. Menos de 1% da carga total que o país precisa, mas não revelou há quanto tempo o Brasil não precisava importar energia do país vizinho.

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