Diagnóstico da endometriose pelo mapeamento

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Dr. Eduardo De Lamare

Diagnóstico da endometriose pelo mapeamento

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Fechando este “Março Amarelo”, vamos falar um pouco sobre como a endometriose pode ser melhor avaliada através dos exames de imagem.

O que temos de opções diagnósticas e quais as diferenças entre estes métodos?

O mapeamento da endometriose profunda é realizado com o ultrassom transvaginal com preparo intestinal. Em alguns casos, também pode ser solicitada a ressonância magnética de abdome e pelve com preparo intestinal, que dá uma boa noção da extensão da doença, pecando apenas na questão da avaliação intestinal e na pesquisa de aderências por ser um exame estático, que não avalia a mobilidade entre os órgãos da região examinada.

Mapeamento de endometriose profunda: quem deve fazer?

A avaliação da extensão da endometriose envolve, além da história clínica e exame físico ginecológico, a ultrassonografia específica para pesquisa de focos em toda a cavidade do abdome (cavidade peritoneal), sendo que neste exame são avaliadas também possíveis aderências entre os órgãos que estão nesta cavidade, sendo pesquisados também focos ao redor dessa cavidade, abaixo da camada do peritônio.

Estes últimos focos podem ficar para trás em uma cirurgia realizada sem o mapeamento prévio da doença, uma vez que na videolaparoscopia o cirurgião não vê lesões que estejam além do peritônio, a não ser que abra espaço para buscar lesões previamente já mapeadas.

Mapeamento de Endometriose Profunda: como é feito o exame?

O ultrassom para mapeamento de endometriose profunda é realizado com o mesmo equipamento usado na ultrassonografia convencional. O preparo para o exame, entretanto, é feito de maneira distinta, pois o mapeamento exige a limpeza do intestino.

A fina sonda do ultrassom é inserida na vagina e uma análise das estruturas pélvicas é realizada.

Além disso, um transdutor abdominal também é utilizado para analisar estruturas abdominais que ficam mais distantes quando se olha pela via transvaginal, como o intestino delgado, o ceco (início do intestino grosso), o apêndice e o diafragma.

É feita ainda uma análise da parede do abdome com uma terceira sonda, pesquisando focos no umbigo, cicatriz de cesariana e região das virilhas (canais inguinais).

Agora, você pode estar se perguntando o porquê de a limpeza do intestino ser importante para o exame.

Acontece que o intestino grosso tende a conter resíduos de fezes e gases que prejudicam a nitidez das imagens. Ao fazer o procedimento do preparo intestinal prévio, o mapeamento da endometriose profunda fica mais confiável, garantindo um diagnóstico de endometriose mais preciso e possibilitando melhor planejamento do tratamento e melhor acompanhamento das lesões para quem opta pelo tratamento não cirúrgico.

E como funciona esse preparo? A partir do uso de medicações que estimulam o trânsito intestinal, além de uma dieta pobre em resíduos na véspera do exame. É feita ainda a aplicação de um enema (100 ml de líquido específico, o Phosfoenema) 1 h antes do exame.

O que fazer se você suspeita ter endometriose?

Procure fazer uma avaliação clínica, preferencialmente no ambiente de uma equipe multidisciplinar, que possa lhe atender em tudo o que precisar no caso de uma confirmação diagnóstica. Para que todas as possibilidades de tratamento sejam discutidas e exploradas, o ideal é que você seja avaliada por quem já tem uma boa casuística nessa área da endometriose. Isso pode fazer toda a diferença no sucesso tratamento, já que essa doença tem múltiplas facetas e particularidades que dificultam a estimativa correta do grau que a doença está no momento deste diagnóstico, dificultando também o seu manejo quando se atua sozinho como médico, ainda mais se há pouca experiência no tratamento deste tipo de caso.

Cuide-se, no caso de apresentar sintomas sugestivos da doença, procure uma avaliação especializada assim que possível.

Dr. Eduardo De Lamare é médico radiologista, especialista no diagnóstico da endometriose no Instituto Eladium.

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