Detentos reformam praça em Cuiabá para evento no dia 7 de setembro

Redação PH

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Detentos reformam praça em Cuiabá para evento no dia 7 de setembro

Seis reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) fazem uma reforma na Praça das Bandeiras, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, na capital. Eles pintam e fazem reparos para preparar o local para o feriado de dia 7 de setembro, data em que se comemora a independência do Brasil. Para eles, essa é uma oportunidade de ganhar a confiança da sociedade.

Segundo o diretor da unidade prisional, Winkler de Freitas Teles, todos os presos que executam o trabalho tiveram autorização judicial e já cumpriram pelo menos um sexto da pena. Também apresentaram bom comportamento na prisão. O trabalho é feito de maneira voluntária e não remunerada.

Obra de revitalização deve ficar pronta até segunda-feira (Foto: Carlos Palmeira/ G1)

A revitalização da praça deve ficar pronta até a próxima segunda.

Para o preso Odemilson do Espírito Santo de Campos, de 29 anos, trabalhar fora do centro de ressocialização é uma chance única para ganhar confiança. “Essa oportunidade é boa para nos auxiliar na nossa regeneração. Nós [presos] entendemos que a céu aberto a população pode perceber que estamos tentando corrigir nossos erros”, afirma.

Odemilson, que foi preso por tentativa de homicídio em 2012, já trabalhava com pintura antes da detenção. Ele afirma ainda que trabalhar vendo a cidade se mover gera uma imensa felicidade. “Só de sentirmos esse ar diferente é muito bom. Ver os carros e as pessoas passando nos faz dar ainda mais valor a essa oportunidade”, explica.

Já Odilei Garcia Lopes, de 39 anos, considera que trabalhar com o benefício do 'Extra Muros' [programa que permite aos presos trabalhar durante o dia e passar e voltar à noite ao presídio] dá para a população a noção de que eles prontos para serem reinseridos na sociedade. “Nosso trabalho aqui, além de nos deixar mais felizes e confiantes, mostra para a sociedade que estamos prontos para ser acolhidos”, diz.

Odilei, que era professor de matemática do ensino médio, foi preso por homicídio em 2008. Ele afirma que teve, no Centro de Ressocialização, cursos de pintura e de elétrica, o que o ajudou a reencaminhar sua vida profissional. Ele revela que a maior vontade dele é voltar a lecionar. “Dou aulas desde os 22 anos. Era apaixonado pelo que fazia. A coisa que eu mais tenho saudades é de dar aulas”, revela.

"Com esse trabalho, as pessoas poderão ver que estou pagando pelo meus erros e tentando ser uma pessoa melhor", pontuou.

Trabalho em praça é voluntário (Foto: Carlos Palmeira/ G1)

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