Deputado Claudinei lamenta crime de feminicídio contra pioneira de Rondonópolis

A assistente social Sandra Bonin ao lado da mãe Marilda que foi vítima de feminicídio

Deputado Claudinei lamenta crime de feminicídio contra pioneira de Rondonópolis

O deputado estadual Delegado Claudinei (PSL) apresentou moção de pesar para a militante de causas comunitárias de Rondonópolis (MT), Marilda de Nazaré Gomes, 63 anos, em sessão plenária na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Ele reconheceu o legado deixado pela pioneira da cidade e que foi uma das fundadoras do bairro Jardim Vila Rica, tendo a vida interrompida pelo ex-companheiro.

Deputado Delegado Claudinei apresentou moção de pesar para pioneira de Rondonópolis que foi vítima de feminicídio

Para a filha da vítima, Sandra Regina Bonin, este reconhecimento feito pelo parlamentar traz alívio para a dor que carrega após a morte da mãe, ocorrido no dia 31 de maio. “Eu era a única filha, sendo que meus dois irmãos já faleceram. O que me conforta é o carinho da população e as demonstrações de afeto. O que ela deixou, fará minha mãe ser sempre lembrada. Tem pessoas que comentam que ela vai ficar na história de Rondonópolis. Então, isso ameniza a minha dor”, esclarece.

Recomeço

Sandra é servidora pública do Centro Socioeducativo de Rondonópolis, em que atua como assistente social. A sua principal atribuição é atender os adolescentes internados na instituição. Após a morte da mãe, ela explica que não consegue ter forças para recomeçar. Um dos motivos se deve ao ex-companheiro da mãe ter apenas 24 anos, em que começou a ter um relacionamento – não assumido – com a Marilda há cinco anos atrás, quando ele tinha apenas 18 anos.

A assistente social avalia que o seu trabalho no socioeducativo será diferente daqui por diante, após o assassinato da sua mãe. “Quando a gente só toma conhecimento do fato, causado por outra família, a sua visão é uma. Agora, quando você passa por isso, com o seu familiar, é outra visão – completamente diferente. Aí, como é que vou atender um adolescente hoje, tão ferida como estou agora. Atender um adolescente que matou alguém. Eu não consigo e preciso cuidar primeiro de mim para eu poder voltar a atender estes internados”, desabafa Sandra.

“Ela (vítima) falava que ele era companheiro, mas ele negava. Minha mãe o acolheu, pois ele não tinha onde ficar. Ele era usuário de drogas. A primeira agressão que ele cometeu, eu a levei para fazer o boletim de ocorrência e ela confessou que mantinha uma relação com ele. Era uma relação confusa, pois era cheio de idas e voltas. Eu cheguei a fazer denúncia no Conselho do Idoso e expus a violência. Eles começaram a acompanhar o caso”, explica Sandra.

História

Minha mãe foi presidente do bairro da Vila Rica por seis mandatos, com duração de quase 15 anos, explica Sandra. “Neste bairro, não tinha nada. Sem energia elétrica e água encanada. Só contávamos com fossa e cisterna. E minha mãe, através da presidência dela, apresentou grandes avanços para essa região. Ela foi responsável por muitas lutas e conquistas. Tanto que hoje, o bairro conta com mais de cinco mil famílias. Aqui cresceu muito”, comenta a filha.

Além de líder comunitária, Marilda de Nazaré, era filiada do Partido Social Liberal (PSL), em que chegou a se candidatar nas eleições municipais para vereadora. Ela chegou a ocupar a diretoria da União das Associações de Moradores de Bairros da região Salmen (Unisal) e presidiu a Comissão Eleitoral desta entidade. Também, se destacou em fazer parte do Conselho de Comunidades da Região Oeste de Rondonópolis (COREO).

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