O deputado Romoaldo Júnior (PMDB) se reuniu na última quarta-feira (21), com o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados do Estado de Mato Grosso (MTA) Benedito Correia (o seu Dito), José Miranda, Gil dos Santos e outros integrantes do acampamento Itaguaíra, localizado na Fazenda Itaguaíra, município de Araputanga. O grupo veio ao gabinete do parlamentar expor os transtornos vivenciados há quase 20 anospor cerca de 100 famílias de trabalhadores rurais sem terra do acampamento.
A propriedade possui 900 alqueires e pertence ao fazendeiro Rudinei Velasco, mas os trabalhadores alegam que a área pertence a União porque seu proprietário ainda não obteve do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a posse definitiva. Consta apenas uma matrícula de número 64 no Cartório de Registro de Imóveis de Araputanga.
Ao deputado, ‘seu Dito’ explicou que a fazenda foi alvo de uma ação de reintegração de posse determinada pela justiça em agosto de 2017. Disse que na época, acampados com mais de 15 anos no localtiveram casas e lavouras destruídas por fazendeiros e acabaram deixando para trás animais de criação, como bovinos, equinos, suínos e aves. “Mas após 6 meses da desocupação, o pessoal decidiu retornar à fazenda para reafirmar sua luta, garantindo permanência até que o governo federal destine pelo menos uma parte dela para a reforma agrária. Nós não queremos tomar terra de fazendeiro não, nós só queremos a legalidade, por isso estamos aqui pedindo a ajuda do senhor hoje”, solicitou ‘seu Dito’, ao deputado.
Apoiador dos assentados da reforma agrária em Mato Grosso, Romoaldo Junior agendou para a próxima segunda-feira (26) uma reunião na Advocacia-Geral da União (AGU) para explicar o problema vivenciado e tentar solucioná-lo. “O jurídico do nosso gabinete irá sugerir que se faça uma ação de embargode terceiro, vez que a decisão da reintegração de posse não poderá atingir esses, até porque não faz da triangularização processual. Em seguida daremos início dos trabalhos junto a um engenheiro agrimensor e demais órgãos competentes com o objetivo de verificar a incidência exata da área”, adianta o deputado.