Deportação de imigrantes pela gestão Trump vai começar por ilegais envolvidos em crimes

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Deportação de imigrantes pela gestão Trump vai começar por ilegais envolvidos em crimes

Cálculo é do Conselho Americano de Imigração. Nova York, Washington e Califórnia anunciam que não vão colaborar

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A medida de maior impacto baixada pelo novo presidente americano Donald Trump deve enfrentar dificuldades de toda ordem para ser efetivada: desde a falta de estrutura física para a prisão e deportação de um grande número de imigrantes ilegais, aos vultosos recursos necessários para a operação, passando pela resistência de regiões que prometem não facilitar a iniciativa federal.

O organismo responsável pela gestão do tema, o Conselho Americano de Imigração, em relatório recente, estimou em US$ 88 bilhões anuais os recursos necessários para o cumprimento da iniciativa de Trump – lema número um que levou o republicano de volta à Casa Branca. O gigantismo da proposta inicial acaba de ser delimitado pelo próprio presidente, que anuncia prioridade para expulsão dos ilegais envolvidos com algum tipo de crime ou irregularidade.

Nesses casos, são pessoas cujas informações ou histórico criminal já constam do sistema do estado, conforme admitiu Tom Homan, encarregado de deslanchar as deportações. Conhecido como “czar da fronteira”, o auxiliar de Trump ficou célebre por ser o autor da idéia de separar crianças de seus pais, nos casos de detenção por imigração ilegal. As imagens de menores presos em instalações semelhantes a gaiolas e protegidos por cobertores que lembravam embalagem de papel alumínio causou forte reação internacional.

Como vivem os imigrantes

Dos cerca de 48 milhões de imigrantes que vivem nos Estados Unidos, 23,4 milhões são cidadãos naturalizados, 11,5 milhões, residentes legais permanentes, 2 milhões, residentes legais temporários, e outros 11 milhões residentes ilegais (Fonte: Pew Research Center). Boa parte deste último grupo vive nos Estados Unidos há décadas, muitos em famílias com situação híbrida. Por exemplo: o pai está sem documentos, a mãe tem residência permanente, e os filhos nascidos no país já são cidadãos americanos.

Parcela importante dos ilegais está há décadas nos Estados Unidos, onde integram a cadeia econômica, inclusive recolhendo impostos. É o caso daqueles que conseguem documentos para trabalhar simplesmente comprando o número de seguro nacional de outra pessoa. No entanto, vivem numa espécie de clandestinidade, sem acesso aos serviços públicos.

Cidades consideradas “santuários” não pretendem facilitar as ações de deportação. Nova York e Los Angeles têm leis locais que impedem o acesso das autoridades federais a informações sobre migrantes. O conflito promete levar a Casa Branca a reagir, por exemplo, fechando as torneiras dos recursos federais – como já chegou a ser ventilado em Washington.

Nestas localidades, imigrantes já preparam uma rede de apoio que inclui estratégias para se proteger de blitzen e permitem o acionamento rápido da assistência de advogados.

Já Texas, Utah e Oklahoma são regiões afinadas com a diretriz de deportação estabelecida por Trump. Independente das posições locais, a autoridade para deportar é federal.

Relação com outros países

A questão também afeta diretamente a relação dos Estados Unidos com os países de origem dos alvos da medida. O número um da lista é o México, de onde vêm 23% de todos os imigrantes no território americano, com mais de 10 milhões de pessoas; seguido de Índia (6%), China (5%), Filipinas (4%), El Salvador (3%). Há ainda países com os quais os EUA não mantém relações diplomáticas que permitam a deportação, como a Venezuela, por exemplo.

Para onde mandar as pessoas presas por imigração ilegal e candidatas à deportação em trâmite rápido é outra questão logística que desafiará a gestão Trump. Não passam de 50 mil em todo o país as celas em centros de detenção dos país destinadas a quem aguarda o trâmite de expulsão. A infraestrutura é a mesma desde o governo Obama.

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