A Defesa Civil de Mato Grosso realizou, nesta quinta-feira (16.05), uma reunião interagência para discutir ações de preparação para mitigar os efeitos da crise hídrica que atinge a bacia do Alto Paraguai. O encontro leva em conta a decretação de situação crítica de escassez dos recursos hídricos feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) na última segunda-feira (13).
Participaram da reunião o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), Comitês de Bacias Hidrográficas, concessionárias Águas Cuiabá e Águas de Poconé, Furnas e prefeituras.
O secretário adjunto de Defesa Civil, coronel BM César Viana Brum, observou que, além do nível da água na Bacia do Alto Paraguai já estar em seu pior valor histórico, a previsão climática aponta para falta de chuvas e um período de seca extrema, o que pode impactar na capacidade de uso de água no Estado.
“A situação destacada pela ANA comprova o que a gente vem enxergando, uma escassez nos recursos hídricos, com um nível muito baixo de água, e estamos entrando em um período mais crítico, de tempo seco, em desvantagem. Por isso, precisamos adotar mecanismos para minimizar os impactos dessa crise para a população”, ressaltou.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges, pontuou que o cenário favorece a incidência de incêndios florestais, e ressaltou a importância da cooperação entre Governo, prefeituras e concessionárias de abastecimento de água para enfrentar o período crítico.
“Essa crise hídrica coincide com o período mais crítico do ano, em que temos a estiagem mais forte, umidade muito baixa e incidência de incêndios, sobretudo na área rural. Então, essa é uma reunião importante para sinergia entre todos os atores, para que seja feito um planejamento e a gente consiga minimizar os efeitos dessa seca severa, principalmente para a sociedade”, afirmou.
A Defesa Civil orientou os municípios a adotarem medidas como a decretação de situação de emergência, com homologação estadual e federal, para o acionamento de recursos complementares para a locação de caminhões pipas e a perfuração de poços artesianos, a fim de evitar o desabastecimento nos municípios.
O secretário César Brum ainda ressaltou que a Defesa Civil do Estado está à disposição para apoiar os municípios na elaboração dos decretos e para celeridade no processo de homologação estadual.
Ações de preparação
Desde o fim de 2023 a Defesa Civil tem feito trabalho de preparação e prevenção com municípios para enfrentamento a esse período mais crítico do ano, com tempo seco, altas temperaturas e aumento nas ondas de calor.
Em reunião no mês de abril, a Defesa Civil apresentou a previsão climática dos próximos meses aos municípios e sugeriu medidas como a reavaliação dos planos municipais de contingência para agilizar as medidas de emergência, além de campanhas de conscientização para o consumo consciente da água e o mapeamento de propriedades particulares com fácil acesso à água, como piscinas, para auxílio nas operações de combate à incêndio.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, que também acompanha a situação da Bacia do Alto Paraguai pela Sala de Situação da ANA, vai enviar uma proposta ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos para que as solicitações de outorga que tenham como objetivo o abastecimento humano e a dessedentação animal sejam priorizadas para análise e a possibilidade de rever outorgas que envolvam grande volume de água, caso seja necessário, para garantir os usos múltiplos dos recursos hídricos.
O Corpo de Bombeiros também tem feito ações preventivas contra os incêndios florestais no Pantanal, localizado na Bacia do Alto Paraguai. Nesta sexta-feira (17), a instituição reúne proprietários rurais e representantes locais para debater estratégias de prevenção e combate.