‘Deadpool & Wolverine’: filme capitaliza a dupla Ryan Reynolds e Hugh Jackman e entrega muito bem o que promete

Picture of Quem Online

Quem Online

Ryan Reynolds e Hugh Jackman em 'Deadpool & Wolverine' — Foto: Divulgação/20th Century Studios

‘Deadpool & Wolverine’: filme capitaliza a dupla Ryan Reynolds e Hugh Jackman e entrega muito bem o que promete

Com estreia quinta-feira (25), terceiro longa da franquia é fan service que diverte e promete bilheteria arrasadora

Compartilhe:

Deadpool & Wolverine chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (25) prometendo muito e entregando tudo. O filme capitaliza a amizade da vida real de Ryan Reynolds e Hugh Jackman para levar às telas a parceria – ou melhor, bromance – entre Deadpool e Wolverine, em uma espécie de road movie do multiverso cheio de pancadaria, autoironia, humor ácido, e um fan service de primeiríssima linha muito bem encaixado na trama. Sim, Deadpool 3, tem problemas, mas já é um dos melhores filmes da Marvel, um pipocão farofa que vai aquecer o coração dos fãs do estúdio, do MCU e dos X-Men.

A história, com direção de Shawn Levy, é simples: Wade Wilson, o Deadpool, está passando pela versão super-herói de uma crise de meia idade, sem rumo e desiludido por não ser relevante no universo que tem os Vingadores (no filme claro, já que o personagem está mais do que estabelecido como altamente relevante para o MCU e para as bilheterias). Chamado aos escritórios da Autoridade de Variância Temporal (AVT), ele conhece o burocrata Paradox (Matthew Macfadyen, de Sucession), que explica que a linha temporal do mundo de Wade está a caminho da destruição, assim como todos aqueles com quem se importa, o que inclui seu grande amor, Vanessa (Morena Baccarin).

Para tentar reverter a situação, Wade precisa de Wolverine, mas Logan morreu há alguns anos. Deeadpool vai atrás de uma versão do X-Men capaz de ajudá-lo na tarefa – é aí que vem o Wolverine de um universo alternativo, mal-humorado, sem saco para o herói engraçadinho, e que a contragosto se junta ele na missão.

Emma Corrin, a Cassandra Nova de 'Deadpool & Wolverine' — Foto: Divulgação/20th Century Fox
Emma Corrin, a Cassandra Nova de ‘Deadpool & Wolverine’ — Foto: Divulgação/20th Century Fox

Os dois mergulham então uma jornada que os leva apenas até o Void, que é onde a AVT “joga” seres de linhas de tempo ramificadas, o mundo da vilã Cassandra Nova (Emma Corrin, de The Crown). Com seu sotaque britânico, ela não tem história triste ou raiva de tudo e todos para justificar o que faz de errado: é má porque é e gosta de ser má, quase um alívio em tempos de vilões cheios de justificativas.

Deadpool & Wolverine é repleto de referências à compra da Fox pela Disney – sacanear ex e atuais patrões é um forte da franquia – e à cultura pop de um modo geral. Do logo da 20th Century Fox enterrado na areia à la Estátua da Liberdade em Planeta do Macacos ao uso de uma playlist com hits como Like a Prayer, de Madonna, Iris, do Goo Goo Dolls, e Bye Bye Bye, do N’Sync (com direito à coreografia), não faltam pontos de identificação para o público. A melhor dica aqui é fechar o Twitter/X e, de maneira geral, fugir dos spoilers para não estragar as muitas surpresas e participações especiais.

Fan Service

O fan service é a força motriz de Deadpool & Wolverine , o que leva à pergunta: isto é ruim? Depende. Com certeza é para quem encare a franquia como responsável por resolver os problemas de um gênero que muitos acreditam esgotado – pelo menos por hora. O MCU precisa urgentemente de novos atores e tramas que funcionem também para o público que não entende do multiverso, esta costura de universos paralelos onde os mesmo heróis têm histórias diferentes de suas timelines originais.

Deadpool (Ryan Reynolds) e Dogpool — Foto: Divulgação/20th Century Fox
Deadpool (Ryan Reynolds) e Dogpool — Foto: Divulgação/20th Century Fox

Mas não é o mercenário boca suja que vai resolver o futuro da Marvel, e nem a produção se pretende a isto. O fan service cabe em Deadpool porque Wade sempre foi o maior fanboy de todos, desde o primeiro filme, quando ficou óbvio que o objetivo era divertir. E isso a produção entrega com louvor. O roteiro, poderia, sim, cortar umas quatro piadas e ir mais a fundo na conexão de Deadpool com os amigos, como Blind Al (Leslie Uggams) e Dopinder (Karan Soni), que têm menos tempo de tela que um cachorro que encanta o herói.

Vanessa, coitada, está na mesma situação, mas com meia dúzia de falas a mais. Na mesma linha, mais cuidado poderia ter sido dedicado a algumas das cenas de luta e os efeitos especiais não impressionam em nada. Nada disso, no entanto, deve impactar a bilheteria do filme, que tem previsão de US$ 360 milhões (R$ 2 bilhões) no mundo inteiro apenas no primeiro final de semana, ou a popularidade da produção e seus atores.

Onde Deadpool & Wolverine brilha mesmo é na relação entre os protagonistas, e a capacidade deles entregarem interpretações novas para dois personagens bem conhecidos. Ryan Reynolds, que é produtor e roteirista do filme, nasceu para viver Deadpool, mas dá profundidade nas cenas em que Wade é mais que uma máquina de disparar piadas – com um charme inegável. Hugh Jackman, que teve em Logan o papel que mudou sua carreira, consegue fazer esta volta com dignidade e sem vulgarizar a história de um dos heróis mais queridos e reverenciados do cinema.

Deixe um comentário

Veja Também