Crescimento do E-commerce Durante a Pandemia de Covid-19

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Crescimento do E-commerce Durante a Pandemia de Covid-19

O isolamento social e as restrições de circulação fizeram com que o comércio das ruas de todas as cidades do Brasil sofresse quedas nas vendas e consequentemente, no faturamento.

Nem mesmo a Black Friday, que faz com que as pessoas façam filas nas portas das lojas em anos comuns, esse ano conseguiu fazer o movimento do comércio físico decolar e as vendas em 2020 ficaram 25% abaixo das vendas de 2019, segundo aponta o Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA).

Já no e-commerce, as vendas aumentaram 21% em relação à Black Friday do ano anterior e muitos clientes fizeram, pela primeira vez, uma compra utilizando um cupom de desconto promocional.

Ao longo de todo ano, houve um aumento exorbitante no número de operações de vendas realizadas em ambientes virtuais, mostrando que a população rapidamente se adaptou a novas formas de comprar. Foram mais de 7,3 milhões de consumidores que realizaram a primeira compra online apenas no 1º semestre de 2020, segundo relatório da Ebit/Nielsen, atingindo R$ 224,7 bilhões em vendas.

Aumento das Vendas Online – Novos Hábitos e Novos Consumidores

Segundo relatório da Mastercard SpendingPulse, o e-commerce cresceu 75% entre 2019 e 2020.

Os novos hábitos dos consumidores ficaram claramente expressos no relatório que apontou que o maior aumento no faturamento do e-commerce foi justamente no setor de hobbies, sendo que o setor de livrarias cresceu 110%. Já as vendas de produtos de drogarias cresceu 88,7% em apenas 1 ano.

O número de pessoas que declarou ter preferência por compras online também aumentou de 74% para 86% de um ano para o outro, segundo relatório da Rakuten Advertising.

Em épocas próximas a datas comemorativas, como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados de 2020, as cidades estavam decretando seus níveis mais críticos de restrição de circulação e foi exatamente nessa fase que o e-commerce viu seu crescimento ser acelerado com ainda mais impulso. Entre 5 de abril e 28 de junho foram registrados os maiores picos de vendas, segundo a Ebit/Nielsen.

Bruna Bozano, gerente estratégica da Joias Boz conta que a operação comercial foi preparada com antecedência pois já era previsto o aumento de vendas de alguns itens presenteáveis como pingentes e pulseiras femininas, ainda assim, as vendas superaram em 30% o que era esperado para o período.

Profissionais de E-commerce Ganham Espaço no Mercado de Trabalho

As vendas online não foram positivas apenas para os donos de e-commerce e grandes marketplaces, a movimentação do mercado também fez com que houvesse um aumento de demanda considerável por profissionais de suporte para logística, atendimento e vendas por WhatsApp ou mídias sociais.

Quem já estava no mercado digital como freelancer e viu sua demanda por criação de lojas e gerenciamento de mídias sociais e tráfego pago também viu a oportunidade de montar sua própria agencia de marketing digital, expandido oportunidades para outros profissionais trabalharem sob demanda ou por contrato.

Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), afirmou que: “No auge da quarentena, com as pessoas tentando praticar o isolamento social, a gente chegou a ter o registro de uma nova loja virtual a cada minuto”.

Essa expansão gerou mais de 19 mil vagas para auxiliares logísticos, quase 13.000 vagas para estoquistas e 23.677 vagas para embaladores de produtos, abraçando uma parte dos profissionais que ficaram desempregados com o início da pandemia e restrições do comércio local, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Previsões de Crescimento para o E-commerce

Apesar do grande crescimento que o e-commerce desenvolveu em 2020, as tendências apontam que não foi apenas uma bolha e que no ano de 2021 as previsões também são positivas.

Estudo da XP Investimentos indica que o e-commerce deve crescer 31% em 2021, em relação ao ano de 2020.

Vale citar ainda, que o Brasil é o 10º maior mercado de e-commerce do mundo e que ainda há espaço para novas lojas virtuais, além das grandes possibilidades de expansão para quem já está no mercado.

Outro ponto que chama atenção é que o Brasil é o país que está mais presente nas redes sociais em toda a América Latina, tendo mais de 88% da população adeptas a Instagram, YouTube, Facebook, Twitter, Snapchat, e Linkedin.

Enquanto países como China e Estados Unidos possuem as vendas online praticamente monopolizadas por Alibaba e Amazon, respectivamente, no Brasil não há nenhum grande nome com mais que 23% do mercado. Apesar disso, vale salientar que 78% das vendas realizadas online no Brasil ocorreram em marketplaces como Mercado Livre, B2W, Magazine Luiza e Via Varejo.

Conclusão

A pandemia de Covid-19 causou um efeito inesperado no comércio físico.

Em relação ao mercado online, o que ocorreu foi a aceleração de uma tendência que já estava prevista, porém não havia como imaginar que aconteceria tão rapidamente.

As tendências para os próximos meses e anos, em um cenário pós-covid, não são de mudança de cenário para o e-commerce, mas de consolidação e profissionalização do mercado.

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