Corredora que teve a perna amputada por bomba em Boston corre maratona

Redação PH

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Corredora que teve a perna amputada por bomba em Boston corre maratona

A lembrança do dia 15 de abril de 2013 segue cristalina na memória de Rebekah Gregory. Uma das sobreviventes do atentado que deixou 264 feridos e matou três pessoas pela explosão de duas bombas na Maratona de Boston, nos Estados Unidos, a americana passou por 17 cirurgias até amputar a perna esquerda. Ela estava acompanhada por familiares e torcia pela mãe de seu noivo perto na linha de chegada quando foi atingida. Dois anos depois, a jovem de 28 anos venceu o medo e, com uma prótese, disputou a edição de 2015 da tradicional maratona. "Este é o dia… Que terei a minha vida de volta", declarou Rebekah nas redes sociais, antes do desafio. Por recomendações médicas, ela optou por correr as últimas três milhas do percurso de 42 km, o equivalente a 4,8 km.

Debaixo de chuva e embalada pelo som de dezenas de pessoas gritando o seu nome, Gregory cumpriu a sua missão. No ano que vem, ela espera completar todo o percurso, sem nunca se deixar abater pelos obstáculos da vida. Afinal, se sente abençoada por estar no mundo.

– Eu tenho duas escolhas: posso ficar triste e com raiva pelo que aconteceu comigo, ou eu posso me sentir abençoada por ter sempre a lembrança diária de que a vida é curta e eu ainda estou aqui – disse Rebekah em uma entrevista para a rede americana "CBS".

A Maratona de Boston, na última segunda-feira, provocou um clima de comoção na cidade americana, com uma série de homenagens e segurança reforçada. A disputa masculina terminou com o mesmo campeão do ano da tragédia, o etíope Lelisa Desisa, enquanto a queniana Caroline Rotich foi a mais rápida entre as mulheres. No ano passado, quando o ataque completou um ano, outras vítimas fizeram um tributo na linha de chegada. Assim como Rebekah, alguns dos 260 feridos também sofreram amputações.

A americana conta que foi tomada pela emoção assim que começou a correr a maratona. Ao olhar as milhares de pessoas à sua volta, não teve como não voltar ao dia do acidente. Rebekach estava ao de seu filho, Noah, que tinha apenas cinco anos na época. Os dois ficaram feridos, mas o filho não teve nenhuma lesão grave e foi um dos maiores incentivadores para que a mãe fosse às pistas. Em um desenho, ele ilustrou seu apoio: "Vai, vai, vai, vai, mãe! Te amo".

RECOMEÇO

Após o atentado, Rebekah casou com o noivo, Pete Dimartino, em abril de 2014. No entanto, o casamento terminou em fevereiro. Ela decidiu amputar a perna esquerda em novembro do ano passado e não tem nenhum arrependimento, pois sabe que foi para o seu bem. Antes da cirurgia, Gregory se deu de presente um dia de princesa como despedida, com direito a unhas coloridas nos pés. Na parte que estava necrosada, escreveu com um pilot: "Não é você, sou eu".

Me dei um último dia de pedicure… E aproveitei porque no dia seguinte eu ia tirar aquela perna da minha vida para o meu bem – escreveu a americana em seu Facebook.
A americana optou pela difícil escolha porque já estava cansada das constantes dores na perna e precisava se medicar a cada quatro horas.
Passava a maior parte do tempo imóvel em uma cadeira de rodas. Totalmente certa da decisão, amputou a perna e começou a treinar com sua prótese no Texas, onde vive com o filho.
Rebekah estava determinada a correr toda a maratona, mas os médicos disseram que ela ainda não estava pronta. Segundo eles, Gregory poderia causar ainda mais estragos ao correr os 42 km, tendo que voltar mais uma vez à sala de cirurgia. E ao cruzar a linha de chegada, a corredora teve um novo começo.

Rebekah Gregory corre na Maratona de Boston após ter a perna amputada em atentado (Foto: Reprodução/Twitter)

Cansada das dores e dos remédios, Rebekah Gregory amputou a perna em novembro (Foto: Reprodução Facebook)

Noah, filho de Rebekah Gregory, faz desenho para mãe: "Vai, vai, vai! Te amo" (Foto: Reprodução/Instagram)

Americana chora ao cruzar linha de chegada: "Ganhei minha vida de volta" (Foto: Reprodução/Facebook)

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