Às vezes nos deparamos com uma forte sensação que nos orienta em direção a algo, ou mesmo no sentido oposto – e somente depois descobrimos o porquê. Seja o alívio por termos ouvido a nós mesmos ou um ligeiro arrependimento por não termos dado atenção a essa sensação, todos nós já passamos por situações como essa em algum momento das nossas vidas.
De acordo com a revista Super Interessante, a intuição é objeto de estudo há muito tempo. Produto de uma gama incontável de conexões que o cérebro pode fazer, de forma mais abstrata, a intuição é descrita como o conhecimento que temos dentro de nós mesmos e nem sabemos que existe. Carl Jung descreve tal conhecimento de forma quase poética, ao afirmar que “cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”.
Para compreender melhor o processo intuitivo, basta entender o sistema nervoso central, uma chave importante em diversos enigmas que nos rodeiam, por diversos motivos. O cérebro é capaz de armazenar memórias e experiências passadas, que vêm a formar o conhecimento e o poder de fazer previsões com base naquilo que já foi vivido. Essa função é chamada de “estrutura de processamento preditivo”, de acordo com uma matéria publicada pela BBC Brasil.
O modelo cognitivo praticado pelo cérebro é uma ferramenta poderosa de tomada de decisão. É claro que, em casos que não demandam uma ação imediata (como desviar de um buraco na estrada), a intuição deve ser aliada a um mínimo de conhecimento e informação para uma tomada de decisão coerente. Afinal de contas, tomar decisões complexas baseadas tão somente na sua intuição pode trazer resultados diversos do esperado.
Entretanto, há casos em que a intuição é sua única ferramenta de decisão – o que pode tornar as coisas muito interessantes e divertidas. É o caso da proposta de jogos em que as pessoas contam apenas com a sorte, ou seja, intuem um resultado e torcem para que estejam certas. Mesmo quando o jogo possibilite que se analise informações antes de fazer apostas, a intuição é a ferramenta principal em grande parte das vezes.
Se engana, no entanto, quem concede à intuição o instituto de dom. Trata-se de uma habilidade que pode ser aprimorada com o uso de técnicas com respaldo científico.
O cérebro nada mais é do que um órgão que pode ser programado para atender a uma expectativa. O site Administradores elenca técnicas para desenvolver a intuição que auxiliam quem quer fazer dessa habilidade uma ferramenta de trabalho que abre portas e revela oportunidades que nem sempre são visíveis.
Parece óbvio, mas um exercício que pode intensificar a sua capacidade intuitiva é ouvir a si mesmo e perceber o seu corpo e suas sensações. É uma prática de autoconhecimento que irá desenrolar percepções e insights, podendo surpreender ao indicar resultados certeiros. Sendo o cérebro o sistema central e processador de todas as informações que recebemos por meio dos cinco sentidos, sua capacidade de computação desses dados traz a amplitude de possíveis respostas a um problema ou situação.
Não se trata de fazer previsões aleatórias a respeito de si mesmo, mas de ouvir uma comunicação silenciosa que demonstra conexões entre os possíveis meios e fins. Estar atento às entrelinhas pode ser de grande ajuda, tanto em decisões simples quanto decisões complexas, uma vez que a informação e o conhecimento nem sempre são da forma que esperamos ser.