Como investir em renda fixa com a Selic a 2%

Como investir em renda fixa com a Selic a 2%

A taxa básica de juros da economia brasileira, conhecida como Selic, é a responsável por regular direta e indiretamente o mercado de renda fixa no país. Isso ocorre porque uma parte dos ativos presentes nesse grupo tem sua rentabilidade atrelada ao índice enquanto outra, rende de acordo com índices que são impactados pela Selic.

Em resumo, a Selic é o norte para o investidor mais comprometido. Cada movimento dela merece atenção especial por parte de quem investe para ter resultados, seja no curto, no médio ou no longo prazo.

Com a Selic atualmente a 2%, é necessário analisar o que pode ser feito agora e aquilo que tende a ser mais recomendável no futuro.

O cenário para o começo de 2021

A constante redução dos valores da taxa Selic nos últimos anos fez com que uma grande quantidade de investidores migrasse para a renda variável. Ativos atrelados à taxa básica de juros deixaram de ser interessantes na busca por alta rentabilidade.

Anos atrás, quando esse índice ficava acima dos dois dígitos, ou seja, atingindo no mínimo 10% ao mês, investimentos como o Tesouro Selic, por exemplo, estavam entre os mais procurados do mercado por remunerarem a partir de juros que acompanhavam a Selic.

Neste cenário, considerando apenas quem busca maior rentabilidade, a grande mudança é que um investidor que tinha dinheiro aplicado em um ativo com 10% de rentabilidade, por exemplo, hoje está garantindo apenas 2%, o que faz com que seus resultados sejam bem menos expressivos.

A Selic e a rentabilidade em ativos de renda fixa

Entretanto, não é somente a rentabilidade que precisa ser considerada no universo dos investimentos. Para fins como segurança e liquidez, a renda fixa ainda é muito atrativa. O próprio Tesouro Selic continua sendo indicado para fins de formação de reserva de emergência, uma vez que oferece liquidez diária e conta com a proteção do Tesouro Nacional, dois elementos essenciais para quem procura uma alternativa à Caderneta de Poupança.

A realidade é que mesmo investidores de grande porte montam suas carteiras de acordo com diferentes objetivos, entre os quais estão a segurança e a liquidez. Por isso, não é anormal encontrar investimentos em títulos de renda fixa no portfólio desses especialistas.

No geral, é recomendável olhar para o mercado de renda fixa com foco não só na rentabilidade, mas em todos os elementos do tripé de investimentos que são a rentabilidade, a segurança e a liquidez para que todos eles, reunidos, sustentem a carteira de investimentos.

O que fazer para investir em renda fixa hoje

Mesmo em relação à rentabilidade, o mercado de renda fixa ainda pode render bons frutos. A explicação está na sua própria flexibilidade. Não é apenas a Selic que determina o comportamento dos juros a serem pagos para os investidores. Existem também alternativas como o IPCA, índice que mede a inflação no país.

Quando alguém investe em um ativo atrelado ao IPCA, seu rendimento se dá de acordo com a inflação, podendo lucrar sempre acima da elevação dos preços naquele período. Essa acaba sendo a solução ideal para o mercado de renda fixa neste momento quando consideramos apenas a rentabilidade.

Opções indicadas

É possível investir em diferentes soluções que tomam esse índice como referência. O Tesouro IPCA+, por exemplo, rende sempre o resultado do IPCA acrescido a uma porcentagem.

Outra opção interessante é o mercado de debêntures, que são títulos emitidos na forma de créditos que representam empresas privadas. Quem investe em debêntures pode ter acesso a companhias com resultados expressivos no setor em que atuam. Além disso, debêntures apresentam isenção de Imposto de Renda para pessoa física e protegem o investidor em relação a inflação quando são indexadas ao IPCA.

Vale destacar o cenário que se apresenta para 2021, com a tendência de o ano se encerrar com a taxa Selic em alta. Caso isso se confirme, investimentos indexados ao CDI tendem a gerar excelentes resultados, uma vez que o CDI é um indexador de investimentos que toma como referência a taxa de juros, geralmente oferecendo soluções que rendem acima dela. Por isso, é importante ter atenção a ativos como CDBs e LCAs.

Como começar a se organizar

A orientação é que o investidor trace sua estratégia considerando o chamado tripé de investimentos. A ideia é que ele tenha como garantir rentabilidade, segurança e liquidez no seu conjunto de ativos em carteira. Um importante primeiro passo é deixar a rentabilidade de lado e se concentrar em objetivos de curto prazo, para somente depois disso partir para soluções de médio e longo prazo.

Um caminho bastante seguro e que costuma ser a estratégia de muitos iniciantes é começar formando uma reserva de emergência em ativos como o Tesouro Selic, por exemplo, para somente depois de conseguir essa proteção partir para ofertas como o Tesouro IPCA+, o mercado de fundos imobiliários e, por fim, o mercado de ações.

+ Acessados

Veja Também