Como enviar dinheiro do exterior para o Brasil?

Como enviar dinheiro do exterior para o Brasil?

De acordo com dados coletados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no último censo, realizado em 2010, aproximadamente 500 mil brasileiros vivem em outros países espalhados pelo globo.

Muita coisa mudou de lá para cá, o Brasil enfrentou crises político-econômicas e o próximo estudo populacional poderá registrar um número ainda maior. De toda maneira, são muitos brasileiros que, embora longe da sua pátria-mãe, ainda mantêm laços afetivos e financeiros em solo tupiniquim.

Sendo assim, as transferências internacionais de dinheiro são bastante frequentes. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, as remessas do exterior têm aumentado gradativamente desde 2015, quando o real começou a ser fortemente desvalorizado frente ao dólar.

Mas foi em 2020 que os valores internacionais tiveram um boom no Brasil, graças à valorização da moeda norte-americana. Nos quatro primeiros meses do ano foram movimentados US$ 1 bilhão em transferências entre pessoas físicas, para o Brasil.

A cifra poderia ser ainda maior se mais pessoas conhecessem os mecanismos para realizar esse tipo de transação.

Este texto mostra todas as maneiras possíveis para quem mora fora possa prover suas famílias que ficaram no país.

Planejamento e pesquisa

Atualmente, existem muitas maneiras de realizar transferências internacionais de dinheiro, desde os bancos convencionais até as plataformas digitais, que permitem que tudo seja feito pelo computador.

Porém, antes de escolher uma das opções, é preciso estar atento a alguns detalhes importantes, que podem encarecer bastante o processo. É necessário pesquisar no detalhe as condições oferecidas e as taxas cobradas por cada uma.

Merecem destaque:

● Taxas de câmbio: cada instituição utiliza um tipo de cotação (turismo ou comercial) e isso altera o valor da transação.

● Taxa de envio: varia de acordo com o tipo de serviço.

● IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): sempre será cobrado, mas o percentual varia de acordo com a operação.

● SWIFT: tarifa cobrada pelos bancos tradicionais para fazer a comunicação entre o banco do exterior e o do Brasil, onde quem vai receber possui conta.

● Prazos: métodos mais tradicionais podem levar até 15 dias, enquanto, as fintechs prometem entrega imediata em alguns casos.

Todas essas despesas são pertinentes às transações financeiras entre países, porém, algumas podem ser evitadas e outras reduzidas, a depender do método escolhido para o envio do dinheiro.

Transferência bancária

Normalmente essa é a primeira alternativa de quem pretende enviar dinheiro ao Brasil, por ser conhecida como mais segura. Para utilizar esse recurso é preciso que a pessoa no exterior possua uma conta em alguma agência bancária no país onde está, e quem recebe deve possuir uma conta bancária no Brasil.

Para realizar o procedimento, a pessoa pode ir diretamente à agência, solicitar o envio por telefone ou mesmo pela internet, a depender do banco escolhido.

A transferência internacional do Itaú, por exemplo, pode ser realizada rapidamente por meio do site ou mesmo do aplicativo da instituição.

De toda maneira, será necessário declarar o motivo da transferência e ter em mãos:

● Dados pessoais (nome completo e endereço) e o número do IBAN do beneficiário (código internacional para esse tipo de operação) ou o número da conta de quem vai receber a remessa.

● Código SWIFT, que permite a comunicação entre os bancos e deve ser fornecido pelo destinatário.

● Dependendo do valor enviado, o banco pode solicitar a declaração do Imposto de Renda ou a comprovação do dinheiro.

A conversão é feita com base na cotação do dólar turismo, que é mais caro do que o comercial, acrescida de uma margem de lucro. Além disso, os bancos costumam cobrar tarifas de envio de acordo com tabela própria, IOF de 1,1% e taxa SWIFT.

Vale lembrar que o beneficiário também poderá desembolsar uma boa quantia para receber o dinheiro em alguns casos.

O prazo para que a remessa caia na conta de destino é de até dois dias úteis. Importante aqui considerar o fuso horário.

Ordem de pagamento

Este também é um método bastante tradicional e seguro, embora mais trabalhoso porque precisa que o titular da conta vá até a agência bancária em que é correntista no exterior para solicitar o envio.

O câmbio utilizado para a conversão é o comercial, mais uma taxa que é cobrada pelos bancos que oferecem esse tipo de serviço. A prática não é ilegal, mas onera bastante a transação.

O emigrante deve estar de posse dos dados pessoais e bancários, bem como o código SWIFT do beneficiário para fazer essa transação.

A pessoa que envia deverá pagar uma taxa para o envio, e também terá descontada, pelo banco brasileiro, uma taxa proporcional ao montante recebido.

Além disso, são cobradas as tarifas obrigatórias para transações bancárias, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as despesas com o código SWIFT.

Plataformas digitais

Uma alternativa mais moderna e atrativa são as fintechs, instituições financeiras que têm se popularizado nos últimos anos. Elas oferecem condições mais favoráveis para os mesmos serviços de transferências de remessas internacionais disponibilizados pelos bancos.

A grande vantagem desse tipo de plataforma é que elas utilizam o câmbio comercial para fazer a conversão. Isso por si só já deixaria a opção mais convidativa, mas tem mais.

O IOF cobrado é de 0,38% e há uma taxa fixa de 1,3% do valor a ser enviado para cobrir os custos da operação, mas não são necessários o pagamento de tarifas bancárias e nem mesmo as despesas de SWIFT.

Para utilizar essas ferramentas é preciso apenas se cadastrar, informando dados pessoais, como nome completo, CPF e e-mail. Depois, basta dizer o motivo do envio, escolher as moedas de envio e destino, e informar nome e dados bancários de quem vai receber a quantia.

O valor poderá ser pago via boleto bancário ou transferência para a conta da empresa. Dependendo do valor a ser enviado, da moeda e da plataforma escolhida, a quantia estará disponível na conta de destino em até dois dias úteis, podendo ser de imediato em alguns casos.

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