Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço esclarece variação no volume de água do Rio Prata

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Lucas Perrone

Nesta segunda-feira (10), o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço fez uma visita técnica ao complexo hidrelétrico Usina elétrica do Prata

Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço esclarece variação no volume de água do Rio Prata

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Moradores com residências próximas ao rio Prata e empreendedores do ramo de turismo das cidades do Vale do São Lourenço, recentemente, se surpreenderam com aumento do volume de água e procuraram autoridades públicas para questionar a possível causa da alteração no leito d’água. Em busca de respostas, as administrações municipais, provocadas pelos cidadãos, procuraram o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço (CBH), já que é um ente do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos. Ele funciona como uma espécie de “parlamento das águas”, por ter, entre outras atribuições, a responsabilidade de debater e executar ações de interesse da bacia hidrográfica, como estabelece a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Sendo o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço reconhecidamente o “guardião” dos recursos hídricos de uma parte importante da região sudeste de Mato Grosso, a Usina Elétrica Prata, que possui um central geradora hidrelétrica (CGH) e duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), em Juscimeira, o convidou para uma visita técnica. Nesta segunda-feira, mais de 10 integrantes do CBH São Lourenço percorreram as instalações do empreendimento, acompanhados de profissionais técnicos da empresa e também representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) e de secretarias municipais de Juscimeira e Jaciara.

O fluxo de água e o modo como é controlado pela estrutura hidrelétrica por profundidade e controle de sedimentos, além de vegetação ciliar, isolamento e corredor para animais silvestres puderam ser observados. A visita serviu, ainda, para demonstrar como é o funcionamento da CGH e PCHs, uma vez que regulam a vazão dos cursos hídricos da região. Depois de percorrer por dentro a estrutura hidrelétrica, a presidente da CBH São Lourenço, Milly Siqueira Cardinal de Almeida, explicou que quando há chuvas intensas ou escassez de água o complexo hidrelétrico não possui controle sobre as consequências das intempéries. “Quando há excesso de água (chuva) há um extravasamento no leito principal dos córregos, e, quando há escassez, também não é repentina a diminuição do volume de água”, afirmou.

A Usina Elétrica do Prata possui a central geradora hidrelétrica Água Clara com capacidade de quatro megawatts e duas pequenas centrais hidrelétricas, a Água Prata e Água Brava. Cada uma como capacidade geradora de 13 megawatts. O gerente operacional, Ivo de Souza Bueno, explicou que o complexo hidrelétrico não pode interferir significativamente no volume do curso d’água, porque não tem capacidade de acumular grande quantidade de água, como é o caso das usinas com barragens com sistema de comportas. O volume de água no rio Prata, portanto, é praticamente estável. Ele conta também que um dos objetivos da visita técnica foi educativo. “O CBH São Lourenço ajudará com sugestões relevantes para a operacionalização dos recursos hídricos”, disse Bueno.

Uma das ações que estão no planejamento da CBH São Lourenço e será realizada em breve nos municípios do Vale do São Lourenço une educação e comunicação. A ideia é levar informações que possam abrir uma conversa com os moradores com moradias próximas aos rios para possibilitar compreensão e consciência sobre os recursos hídricos e seus usos sustentáveis. “Serão feitos projetos de comunicação e educação ambiental a serem oferecidos às populações que dependem desses leitos d’água”, garantiu a presidente do CBH São Lourenço.

Relevância da CBH São Lourenço

O CBH São Lourenço foi criada no dia 8 de novembro de 2012. Sua atuação contempla 332.875 habitantes e impacta positivamente 13 municípios mato-grossenses. A sua área de abrangência é de 24.768 km².

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