Comércio tem maior queda desde agosto de 2003, diz IBGE

Redação PH

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crise econômica pode trazer oportunidades de investimento, avalia especialista

Comércio tem maior queda desde agosto de 2003, diz IBGE

Depois de crescerem no primeiro mês de 2015, as vendas do comércio varejista brasileiro voltaram a cair. Em fevereiro, em relação a janeiro, o indicador recuou 0,1%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Frente ao mesmo mês do ano passado, as vendas do comércio tiveram queda de 3,1%. Nessa base de comparação, é o pior resultado desde agosto de 2003, quando o varejo registrou baixa de 5,7%.

Considerando apenas os meses de fevereiro, foi a pior baixa desde 2001, quando houve queda de 5%.

“Depois de dois meses positivos, [o indicador] volta a cair. Aí você tem o efeito calendário em algumas atividades como material de construção, veículos e combustíveis. Os preços dos combustíveis em 12 meses cresceram 10,2%", disse Juliana Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

No primeiro bimestre do ano, o indicador acumula queda de 1,2% e, em 12 meses, alta de 0,9%.

“O comércio reflete o consumo das famílias. O que influencia a gente é renda, preço e crédito, de um modo geral. A massa de rendimento real dos trabalhadores cresceu 4,1% no ano anterior [comparação de fevereiro de 2013 a 2014] e nesses últimos 12 meses caiu 1,5%, comparado com 2014. Então, você tem crédito crescendo menos, renda caindo… E fora que você tem carnaval”.

De acordo com Juliana, o crédito cresceu 5,2% de 2014 para 2015, em contrapartida, ele havia crescido 7,4% de 2013 para 2014.

Por categorias

De janeiro para fevereiro, venderam menos os ramos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%); tecidos, vestuário e calçados e material de construção (-0,7%); móveis e eletrodomésticos, equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%); veículos e motos, partes e peças (-3,5%); e combustíveis e lubrificantes (-5,3%).

Porém, cresceram as vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,8%).

Na comparação com fevereiro do ano passado, caíram as vendas de móveis e eletrodomésticos (-10,4%); combustíveis e lubrificantes (-10,4%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,8%); tecidos, vestuário e calçados (-7,3%); e livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3%).

O resultado negativo nas vendas de móveis e eletrodomésticos exerceu o maior impacto do varejo. Segundo o IBGE, "tal comportamento pode ser atribuído à retirada gradual dos incentivos (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI) direcionados à linha branca somado ao menor ritmo de crescimento do crédito".

Regiões

A maioria dos estados analisados pelo IBGE mostrou vendas menores, com destaque para Goiás (-10,6%); Mato Grosso (-8,9%) e Distrito Federal e Maranhão (ambos com -8,7%).

Na comparação com janeiro, os resultados no varejo foram negativos para 19 estados. As maiores quedas foram vistas em Roraima (-8,0%); no Amapá (-6,7%); em Goiás (-2,5%); e no Ceará (-2,4%).

Varejo ampliado

Incluindo as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o varejo ampliado caiu 1,1%, o terceiro resultado negativo.

"Esse comportamento ocorre em função do desempenho negativo de veículos, motos, partes e peças, cujo resultado interanual foi de -23,7%, acumulando no ano de -19,8% e em 12 meses taxa de -12,8%", afirma o IBGE, em nota.

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