Começa o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas

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Marcelo Camargo/Agência Brasil/Ilustrativa

Começa o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas

O Ministério da Saúde lança nesta quarta-feira (24) a 13ª edição do Mês da Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI) 2019 que, acontece no período de 20 de abril a 19 de maio para intensificar a vacinação em áreas indígenas visando a melhora da cobertura vacinal, principalmente em áreas de difícil acesso geográfico. Neste ano, a estratégia da pasta integra a Semana Mundial de Vacinação, coordenada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em diversos países da América Latina. Serão ofertadas 127,3 mil doses de vacinas contra diversas doenças, como hepatite B e A, rubéola, coqueluche, sarampo, caxumba, difteria, febre amarela, influenza e outras infecções bacterianas e virais graves, conforme previstas no Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas.

Para esta edição, o local escolhido foi a Aldeia do Forte, localizada no DSEI Potiguara, município de Baía da Traição (PB), no Brasil. Está confirmada a participação das lideranças indígenas das etnias Potiguara, além da Coordenadora Geral de Atenção Primária à Saúde Indígena, Luana de Faria.

O Mês de Vacinação dos Povos Indígenas é coordenado anualmente pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde. Os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do país receberão a força-tarefa, que tem a missão de imunizar mil indígenas aldeados em todas as regiões do país para fortalecer a vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis nas aldeias e intensificar as atividades de rotina para completar esquemas de vacinação.

Quase 2,5 mil profissionais, em especial agentes indígenas de saúde, participarão da ação nos DSEIs em todo o país. Também compõem a equipe médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cirurgiões dentistas e auxiliares de saúde bucal, que integram as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI). A logística dessa vacinação é diferenciada, levando em consideração as especificidades dessa população e as necessidades de transporte das equipes e insumos até as aldeias, seja por carro, barco, helicóptero ou avião.

Para realizar a mobilização em lugares distantes dos grandes centros e muitas vezes isolados, o Ministério da Saúde está investindo R$ 2,46 milhões, incluindo despesas com logística, transporte e imunobiológicos. O Mês de Vacinação dos Povos Indígenas teve início em 2005 e faz parte da Semana de Vacinação nas Américas, liderada pela OPAS. No Brasil, a ação acontece no mesmo período da campanha de vacinação contra a gripe, realizada nos meses de abril e maio.

O modelo de atenção estabelecido pela Política de Atenção à Saúde Indígena prioriza as atividades de promoção à saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, baseando-se no perfil epidemiológico da população indígena. A imunização é uma das ações prioritárias entre as desenvolvidas pelos Distritos para a promoção à saúde e prevenção e controle de doenças.

IMUNIZAÇÃO

A vacinação indígena é uma ação universal, tendo em vista que abrange toda a população e está disponível em todos os DSEIs. Sua operacionalização nas áreas de difícil acesso é complexa, não apenas devido a fatores como diversidade cultural e dispersão geográfica, mas também à necessidade de acondicionamento, conservação e transporte, em condições especiais, dos imunobiológicos. Com duração de um mês, a ação ofertará doses de vacinas contra infecções bacterianas graves que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas.

A ideia é intensificar a imunização da população mais vulnerável, como crianças de até quatro anos, mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) e idosos, que vivem em áreas de difícil acesso e onde há baixa cobertura vacinal. Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas também definirão quais as áreas prioritárias de suas regiões. Além da imunização, os DSEIs aproveitarão a oportunidade para realizar várias atividades durante a ação, estre elas: avaliação nutricional, atendimento odontológico, testes rápidos de HIV/Hepatites/Sífilis, consultas de pré-natal e exames laboratoriais e clínicos, aplicação de vitamina A, palestras educativas, entre outras coisas.

DISTRITOS SANITÁRIOS ESPECIAIS INDÍGENAS – DSEIs

Parte da estrutura da Sesai e do Ministério da Saúde, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) são unidades gestoras descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS).  Os Distritos respondem regionalmente pela execução de ações de atenção à saúde nas aldeias, de saneamento ambiental e edificações de saúde em áreas indígenas. Essas unidades estão divididas por critérios territoriais, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas, muitas vezes abrangendo mais de um município e, em alguns casos, mais de um estado. Cada distrito abriga um grupo de Polos-Base, unidades de apoio aos DSEIs e às Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) que atuam nas aldeias.

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