Neste ano, a primeira divisão do Campeonato Brasileiro Feminino chega em sua sexta edição com um retrospecto interessante: das cinco edições disputadas, quatro foram vencidas por clubes do Estado de São Paulo. Centro Olímpico (2013), Ferroviária (2014), Rio Preto (2015) e Santos (2017) foram os clubes que levantaram o troféu. Apenas o Flamengo/Marinha-RJ, em 2016, quebrou a hegemonia paulista.
Na Libertadores da América, o domínio é ainda maior. A competição já foi disputada nove vezes e consagrou campeões brasileiros em seis delas: todos paulistas. Santos (2009 e 2010), São José (2011 e 2014), Ferroviária (2015) e Audax/Corinthians (2017) – parceria que durou dois anos e se encerrou no ano passado – foram os clubes campeões do torneio continental.
Aline Pellegrino, ex-jogadora que conquistou medalha de prata nos Jogos Olímpicos (2004) e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos (2007) pela Seleção Brasileira, além da Copa do Brasil (2008 e 2009) e Libertadores (2010), pelo Santos, é, atualmente, coordenadora do futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF). Ela acredita que o Campeonato Paulista é uma base importante para o sucesso dos clubes no cenário nacional.
– Têm grandes clubes e grandes jogadoras participando do nosso campeonato. De maneira geral, a gente tem um produto muito bom dentro da Federação que é esse Campeonato Paulista. Isso, com certeza, ajuda muito para que os clubes tenham um calendário importante dentro do ano.
É um campeonato tecnicamente muito forte que exige bastante delas e é muito difícil de ganhar. Isso é uma responsabilidade que a Federação Paulista assumiu em estar num estado com as principais atletas, que estão sempre na Seleção Brasileira dando títulos pro Brasil. Então, é uma questão de responsabilidade com essas equipes e com essas jogadoras – disse em entrevista ao site da CBF.
Sobre o domínio nas Américas, a coordenadora credita o sucesso paulista ao trabalho da Federação junto aos clubes e ao desejo crescente de evolução da modalidade.
– Se a gente olhar as Seleções Brasileiras que foram campeãs ou toda a Seleção de cada ano que disputa as principais competições, a maioria das atletas é do futebol paulista ou teve passagem por ele. Hoje, a gente tem as melhores atletas, os maiores investimentos de clubes, bons profissionais e isso acaba trazendo resultado nesse ponto.
Espero que se mantenha assim, porque nesse momento de desenvolvimento, você naturalmente acaba criando uma rivalidade com os outros Estados querendo quebrar essa hegemonia. Isso é um trabalho conjunto. São momentos que clube e federação acabam compartilhando desse êxito. No que depender da FPF, a gente vai trabalhar o máximo para dar condição para que clubes e atletas se desenvolvam cada vez mais – finalizou.
