CHACINA DE SORRISO | Família de mãe e filhas mortas quer indenização de R$ 40 milhões

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Autor confesso do crime, Gilberto Rodrigues dos Anjos (detalhe) foi preso na obra ao lado da casa das vítimas - Reprodução

CHACINA DE SORRISO | Família de mãe e filhas mortas quer indenização de R$ 40 milhões

As quatro mulheres foram assassinadas e estupradas dentro de casa em novembro do ano passado

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 família da mulher e as três filhas que foram brutalmente assassinadas em Sorriso, no ano passado, entraram com uma ação contra o Estado de Mato Grosso pedindo uma indenização de R$ 40 milhões.

A ação é assinada pelo marido e pai das vítimas, o caminheiro Regivaldo Batista Cardoso, e a mãe e avó delas, Soeli Fava Calci.

As vítimas, Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos e as filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19, e duas menores de 13 e 10 anos, foram mortas pelo pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos na noite do dia 24 de novembro, após ele invadir a residência da família, no Bairro Florais da Mata.

A mãe e as duas filhas mais velhas ainda foram estupradas pelo criminoso.

De acordo com o advogado da família, Conrado Pavelski Neto, houve negligência e omissão por parte da Polícia, já que Gilberto, que era foragido por latrocínio, estupro e tentativa de homicídio, deveria estar preso. 

Ao MidiaNews, o advogado contou que dois meses antes de cometer o crime, o pedreiro esteve na Delegacia de Sorriso para comunicar o extravio de documentos. De lá, ainda foi direcionado para uma casa de repouso da cidade. 

“No dia dos fatos, curiosos que estavam no local, após a saída dos agentes, encontraram dentro de uma sacola um documento timbrado da Delegacia de Sorriso e um mapa explicando onde ficaria a casa de apoio da cidade. Nesse papel timbrado consta que o autor do crime teria procurado a Polícia informando um extravio de documentos no dia 19 de setembro de 2023, dois dias antes de ele cometer um crime de estupro e tentativa de homicídio na cidade de Lucas do Rio Verde e com mandado de prisão em aberto desde ano de 2022 por latrocínio, em Goiás”, disse. 

“Foi alegado que o nome da mãe dele não estaria correto, por isso ele não teria sido identificado. Mas se uma pessoa vai à Delegacia e informa o nome dela, no sistema já consta todos os dados da pessoa, não tem como ela sair dali dando uma informação errada. Se a pessoa estiver mentindo, já fica presa. Então, está mais do que claro o dever do Estado em reparar esses danos à família”, acrescentou.

O crime

O pedreiro trabalhava em uma obra próxima à residência da família e observou a rotina das vítimas antes de cometer o crime.

Conforme a Polícia Civil, Gilberto tinha como alvo Cleci. Depois de pular o muro da casa, ele encontrou uma janela aberta. 

Porém, logo que entrou, foi flagrado pela mãe das meninas, que avançou contra ele, e após alguns segundos de briga ambos caíram no chão. Neste momento, o criminoso se apossou de uma faca e atingido Cleci.

Por conta do barulho, Miliane e as menores acordaram e presenciaram toda a cena. Depois de ferir Cleci, Gilberto esfaqueou Miliane, a adolescente e em seguida matou a criança asfixiada. 

Durante o tempo em que ficou na casa após ferir as vítimas, o pedreiro estuprou mãe, a filha mais velha e a adolescente enquanto ainda estavam vivas, e depois foi embora levando a calcinha da menor.

Na obra, Gilberto retirou as roupas que usou quando cometeu o crime, colocou-as em uma sacola e a escondeu em um contêiner na propriedade. Sem se preocupar em fugir, o criminoso continuou vivendo normalmente no local.

Ele foi preso em flagrante na mesma manhã em que foram encontrados os corpos das vítimas, dois dias após o crime, e confessou.

Gilberto está recluso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

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