A Base General Bacellar, na cidade de Porto Príncipe, recebeu, na noite dessa quinta-feira (31), a cerimônia de despedida do Contingente Brasileiro (Contbras) da Missão de Paz para Estabilização do Haiti (Minustah).A partir de agora, as operações das tropas estão encerradas e a etapa final de desmobilização será concluída em 15 de outubro. Até 15 de setembro, quando 90% do efetivo deverá ter deixado o país caribenho.
A Minustah contou com a participação do Brasil desde 2004, e o País sempre contribuiu com o maior contingente de tropa: mais de 37 mil militares brasileiros participaram da Operação de Paz nos 13 anos de missão. Os maiores desafios enfrentados pela tropa brasileira foram a pacificação de Cité Soleil, no início da missão, além da atuação nos episódios do terremoto em 2010 e do Furacão Matthew, em 2016.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, ressalta que o componente militar deixa o país caribenho, mas o Brasil continuará suas relações em outras áreas, como saúde e assistência humanitária. “Somos muito agradecidos ao povo do Haiti, com o qual nós ganhamos laços de amizade que serão absolutamente permanentes. Tenho certeza que tenderão a ser ampliados, para o benefício de nossos dois países”, afirmou.
O primeiro-ministro do Haiti, Jack Guy Lafontant, afirmou ter de enfrentar com os próprios meios os desafios do país, mas conta com o apoio de países amigos como o Brasil. “Isso nos permitiu ter uma estabilidade política no Haiti e esperamos mantê-la”, disse.
Em seu discurso o Force Commander, general Ajax, lembrou que a missão no Haiti é a maior mobilização de tropas brasileiras no exterior, numa missão real, desde a guerra da Tríplice Aliança. Ele mencionou, ainda, a perda de 25 militares durante os 13 anos de atuação e os momentos marcantes que envolveram os contingentes anteriores, como os enfrentamentos violentos do início, o terremoto, o furacão Mathew e as eleições.
“O trabalho feito por aquelas tropas permitiu que nós estivéssemos chegando ao final da missão com o dever cumprido”. Nunca se esqueçam: vocês já estão partindo, mantenham o seu coração de soldado e a alma de peacekeeper (mantenedores da Paz)”, finalizou o general.
Sobre a próxima missão de Paz na qual as Forças Armadas Brasileiras poderão ser empregadas, segundo o ministro da Defesa, já foi citada a República Centro Africana, porém depende de decisão do presidente da República e do Congresso Nacional.