O Centro de Reabilitação Louis Braille, referência no atendimento a pessoas com deficiência visual em Rondonópolis, enfrenta um desafio significativo: a falta de representação no Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMDPD). A instituição, que assiste mais de 250 pessoas com deficiência visual – entre cegueira e baixa visão – de diversas faixas etárias, desde bebês até idosos, não tem uma cadeira dedicada no conselho que deveria garantir a inclusão e a defesa dos direitos desse público.
O Louis Braille é um centro especializado que conta com profissionais cedidos pela educação estadual e municipal para atender a demanda crescente de deficientes visuais. Entretanto, apesar da relevância do serviço prestado, a instituição não possui uma indicação para representar os usuários no CMDPD, um espaço crucial para discutir políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência.
O CMDPD enfrenta dificuldades em sua atuação. Com uma estrutura limitada e a falta de um fundo municipal, o conselho encontra desafios para realizar suas atividades de forma contínua e eficaz. Sua presença ainda é fraca na sociedade, com ações pouco divulgadas e uma participação limitada da população e das entidades envolvidas. As reuniões mensais, realizadas na Avenida Tiradentes, no Núcleo dos Conselhos, são marcadas por um voluntariado disperso, com conselheiros divididos entre representantes do poder público e da sociedade civil.
A pouca visibilidade do trabalho do CMDPD contribui para a falta de engajamento da população, que muitas vezes desconhece a existência do conselho ou não sabe como acessar suas ações. Como resultado, as necessidades da comunidade com deficiência, especialmente as dos deficientes visuais, continuam sendo tratadas de forma fragmentada, com pouca interação entre as instituições de apoio e o conselho.
A ausência de uma cadeira para o Centro de Reabilitação Louis Braille no CMDPD reflete uma falha em garantir a representatividade dos deficientes visuais nas discussões e decisões que afetam diretamente suas vidas. Isso destaca a urgência de um maior esforço para divulgar o trabalho do conselho e incentivar a participação ativa das instituições e da sociedade na construção de políticas públicas mais inclusivas.
Portanto, é essencial que haja uma maior mobilização para garantir que as instituições como o Louis Braille tenham voz no CMDPD, e que o conselho seja fortalecido, permitindo a inclusão plena das pessoas com deficiência nas políticas e ações públicas.
Débora Camila Oliveira é (Palestrante, Consultora de Acessibilidade Comunicativa e estudante de Jornalismo)