Casal acolhe adolescente e providencia emissão de documentos

Redação PH

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Casal acolhe adolescente e providencia emissão de documentos

O amor de um pai e uma mãe por filho seja ele natural, adotivo ou de coração, não tem limites, barreiras ou problema sem solução. Esse amor estava visível nos olhos do casal Sônia Regina da Silva Oliveira, 47 e Ademilson Santana Oliveira, 48, que procurou o projeto Ribeirinho Cidadão neste fim de semana para solicitar a segunda via da Certidão de Nascimento, RG e CPF de uma menina de 13 anos que estão criando há seis meses e que já consideram ser da família.

Devido à falta de documentos de identificação, Daniela Valentim Neves tem dificuldades para ser matriculada regularmente na escola e ser atendida em uma unidade de saúde. Seu pai biológico faleceu no ano passado e a mãe mora em outra cidade, porém, não tem contato e diz não se lembrar da fisionomia dela.

A menina foi criada por uma das avós, que tinha a guarda provisória, mas que devido à idade avançada, já não tem condições para suprir o sustento da neta. A primeira via da certidão não possui o nome do pai verdadeiro e foi extraviada. O casal, então, resolveu acolher a menor e pretende, inclusive, adotá-la oficialmente.

“Tenho outros filhos e uma das filhas às vezes reclama do cuidado que temos com a Daniela, por sentir um pouco de ciúmes. Lá em casa a tratamos muito bem e ela mudou muito”, contou Sônia.

Para o pai, uma das principais preocupações é com a saúde da menina. ”Ela está com um problema sério. Já passou mal na escola, em casa e, não conseguimos fazer o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), porque não tem documento e eu preciso muito desse papel para consultar, fazer exames e saber o que ela tem”, explicou.

Tímida e de poucas palavras, Daniela ainda não compreende as razões para passar por um processo burocrático e que exige esforços. A diretora da escola em que Daniela está matriculada, Adelina Caetano de Oliveira, também confirmou as dificuldades no sistema escolar.

“Ela foi matriculada aqui apenas com o documento da guarda provisória. Nós, por sermos uma escola do campo, a aceitamos abrindo uma exceção, porque é difícil ver uma jovem fora da unidade escolar. Ela tentou se matricular em outra escola e não foi aceita por não ter registro”, explicou.

Na Escola Estadual de Córrego do Ouro, sede do projeto neste sábado (04.2), a família foi atendida pela assessora jurídica da Defensoria Pública Iraildes Rocha Araújo.

“O pai veio buscar atendimento e disse que precisava da segunda via da certidão. Aqui fizemos um ofício solicitando a expedição do documento pelo cartório de Santo Antônio de Leverger para que o caso fosse resolvido o mais rápido possível”.

Ao deixar o local, a mãe de Daniela falou sobre a expectativa para a adoção e também fez um agradecimento ao Ribeirinho Cidadão. “Eu agradeço por ajudarem a gente e a outras pessoas também com estes serviços que temos dificuldade em acessar no dia a dia. É um projeto muito bom e tenho só que agradecer”, concluiu Sônia

Neste domingo (05.02), pela manhã o projeto foi realizado na comunidade Vale do Abençoados, localizado na divisa entre Santo Antônio e Campo Verde. A população contou com atendimentos médicos, emissão de certidões e documentos, vacinação, consulta oftalmológica e doação de meias e cobertores.

“O Ribeirinho nos leva ao conhecimento. Aqui tem criança que nunca foi registrada e agora está sendo. Nós somos trabalhadores e não temos recursos de riqueza, por isso o projeto não pode faltar”, afirmou a aposentada Ana Benedita de Moura.

O Ribeirinho Cidadão está na 10ª Edição e é um projeto é realizado pelo Tribunal de Justiça e Defensoria Pública com apoio do Governo de Mato Grosso, prefeituras, Marinha do Brasil e Assembleia Legislativa.

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