Carne de frango: consolidação de volume e receita em 2016

Redação PH

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carne de frango: consolidação de volume e receita em 2016

Carne de frango: consolidação de volume e receita em 2016

Embora tenha aumentado perto de 2%, o volume de carne de frango exportado em 2016 apresentou comportamento diferente do habitual. Exemplificando, em 80% dos últimos 15 anos o maior volume exportado esteve concentrado no segundo semestre. Ou seja: em apenas três ocasiões os embarques do semestre inicial do ano superaram os da segunda metade do ano.

O ano que passou foi uma dessas ocasiões. As duas anteriores foram registradas na crise econômica (mundial) de 2008 e na crise de matéria-prima (quebra da safra norte-americana de milho) de 2012. O que, aliás, leva à constatação de que esse “fenômeno” vem se repetindo a cada quatro anos.

Mera coincidência, naturalmente. Mas a realidade é que no primeiro semestre de 2016 as exportações brasileiras de carne de frango tiveram crescimento excepcional, com incremento de mais de 14% sobre o mesmo semestre de 2015.

Efeito, claro, da Influenza Aviária que atingiu os EUA e forçou os importadores a buscar o produto em um fornecedor livre da doença. Infelizmente, porém, esse efeito foi passageiro. Pois, coincidentemente à volta dos exportadores norte-americanos ao mercado internacional, as vendas externas brasileiras passaram a registrar retração.

Dessa forma, o semestre foi fechado com redução de quase 8,5% sobre o segundo semestre de 2015, além de registrar retração de 6,6% sobre o primeiro semestre de 2016 (nas duas ocasiões anteriores os índices de retração foram bem mais modestos – quedas de 2,1% e 2,9% em, respectivamente, 2008 e 2012).

Pouco importando, agora, o real motivo dessa desaceleração, o fato é que a expansão do primeiro semestre foi quase toda neutralizada no segundo. Daí o incremento anual de volume de apenas 1,98%, resultado que se refletiu na receita cambial do produto.

Ou seja: quando o primeiro semestre foi encerrado, a perspectiva levantada era a de chegar-se ao final do exercício com aumento da receita cambial, visto que o valor então alcançado apresentava retração de apenas 1%.

Mas o desempenho do segundo semestre impediu a concretização dessa expectativa. Pois ainda que os preços médios do período tenham sido quase 10% superiores aos do primeiro semestre, o retrocesso no volume ocasionou retração de cerca de 7,5% na receita cambial do período. Em decorrência, a receita total de 2016 recuou mais de 4% e, pela primeira vez nos últimos seis anos, ficou aquém dos US$7 bilhões, alcançando o menor patamar da presente década.

No momento, com o avanço da Influenza Aviária na Europa, Ásia e África, acendem-se as esperanças de novo avanço nas exportações brasileiras de carne de frango.

Sem dúvida, dividendos serão colhidos. No entanto é oportuno não esquecer que nosso grande concorrente, os EUA, permanecem livres do problema. Além disso, na próxima semana (dia 20) chega à presidência daquele país um personagem cujas ações futuras no comércio mundial permanecem uma incógnita.

Portanto, é melhor – por enquanto – não ir com muita sede ao pote. Aliás, paciência e caldo de galinha são a melhor recomendação para este momento.

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