Cachorro-vinagre, animal ameaçado de extinção, é encontrado em MT

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Cachorro-vinagre, animal ameaçado de extinção, é encontrado em MT

Um cachorro-vinagre macho de poucos meses de vida foi entregue voluntariamente para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e encaminhado para o Criadouro Onça Pintada, no Paraná, na última quinta-feira (08.11).

A espécie, que está na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, classificado como vulnerável, ou seja, com um risco elevado de extinção, foi encontrado em Alta Floresta e ficou internado por 17 dias em isolamento no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Desde o dia que chegou em Cuiabá até receber alta, o cachorro-vinagre não teve contato com nenhum outro canídeo de qualquer espécie e manteve acesso restrito a pessoas, sendo atendido apenas por veterinários responsáveis pelo caso.

Após ter liberação na quinta-feira (08.11) ele foi enviado ao criadouro paranaense e ainda está fazendo exames, avaliação médica e se recuperando da viagem. A restrição ao contato com os canídeos, como cães, lobos e raposas, é importante porque o cachorro-vinagre é sensível a doenças comuns nestas espécies.

O encaminhamento do animal foi uma parceria entre a Sema, Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental de Mato Grosso, CENAP (Centro Nacional de Predadores) e o Criadouro Onça Pintada.

“Atualmente existem pouquíssimos espécimes em cativeiro e o envio deste animal será de extrema valia para o revigoramento genético de prole dos animais cativos”.

“No criadouro ele terá uma assistência adequada. Trabalhos como esse propiciam uma melhor assistência aos animais silvestres e a devida  salvaguarda que o Estado deve propiciar à fauna silvestre”, destaca a analista de Meio Ambiente da Sema, Danny Moraes“.

“No hospital veterinário, o cachorro-vinagre passou por um check-up, uma bateria de exames desde básicos, como hemograma, bioquímica sérica e coproparasitológico até os complexos cinomose e parvovírus”, lista Thais Morgado, médica veterinária responsável pelo tratamento do animal.

Thais também explica que o bicho já havia feito exame para Leishmaniose e que durante o período que esteve internado foi tratado para coccídiose, doença causada por um parasita intestinal.

“O cachorro-vinagre é uma espécie vulnerável e necessita da medicina preventiva por ser um canídeo silvestre sujeito às doenças de cães domésticos. Nós só permitimos a alta quando ele estava sanitariamente apto para o transporte ao criadouro”, explicou a veterinária.

Consciência ambiental

O animal chegou até a capital mato-grossense por intermédio da Diretoria de Unidade Desconcentrada da Sema de Alta Floresta, que foi procurada para a entrega voluntária e cuidou do trâmite burocrático até sua chegada na sede em Cuiabá.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, André Baby, destacou a importância e necessidade, cada vez mais crescente, da proximidade entre a população e os órgãos ambientais.

“As nossas unidades desconcentradas permitem um atendimento mais direto ao cidadão que muitas vezes está distante da capital. Por meio das regionais conseguimos atingir a ponta levando em consideração que somos um estado muito grande”.

“Também é importante que a população entenda seu papel de ajudar a manter um meio ambiente preservado, denunciando qualquer irregularidade com animais silvestres”.

A recomendação da Sema é que ao encontrar um animal silvestre ligue imediatamente ao 190 para que a polícia ambiental ou bombeiros possa fazer o resgate, é importante não pegar o bicho, lembrando que ele não é um animal pet,  também não é adequado agredir ou jogar objetos.

Criadouro Onça Pintada

Localizado em Campina Grande do Sul (PR), o Criadouro Onça Pintada é mantido pela Associação de Pesquisa e Conservação da Vida Silvestre, que tem como objetivo sustentá-lo e ampliá-lo dentro dos padrões de qualidade exigidos pelo Ibama, colaborando com a preservação e perpetuação da fauna e da flora silvestre do país.

Criado em 1995, o espaço ocupa uma área de 132 hectares e possui mais de 150 recintos que abrigam 2,2 mil animais de 190 espécies. Esta população silvestre é mantida para Programas de Recomposição e Manejo, com desenvolvimento de técnicas de criação e pesquisas na área de atuação.

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