Brasil atinge a marca de 40 milhões de tartarugas marinhas protegidas

Temporada de desova: estimativa é que 2 milhões de filhotes nasçam nas praias brasileiras - Foto: Divulgação/Projeto Tamar

Brasil atinge a marca de 40 milhões de tartarugas marinhas protegidas

Na atual temporada de desova das tartarugas marinhas, que acaba de começar, o Brasil deve alcançar a marca de 40 milhões de animais protegidos. O anúncio foi feito pelo Projeto Tamar, gerido em conjunto pela Fundação Pró-Tamar e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“Podemos dizer que a tartaruga de número 40 milhões já existe e navega em uma viagem transcontinental rumo às praias brasileiras. Mas é importante lembrar que, a cada mil tartarugas que nascem, apenas uma ou duas sobrevivem. Ainda há muito a fazer para livrar esses animais da ameaça de extinção”, diz o fundador do Projeto Tamar, Guy Marcovaldi.

Do início dos anos 80, quando foi criado, até hoje, o Tamar contabiliza 38 milhões de tartarugas protegidas. A cada temporada, cerca de 2 milhões de filhotes nascem nas praias brasileiras monitoradas pelo projeto, que trabalha também na proteção de tartarugas jovens e adultas resgatadas de captura incidental na pesca.

O presidente do ICMBio, Homero Cerqueira, disse que esse resultado é fruto da união de esforços para salvar a vida de milhões de tartarugas marinhas, que têm como principais fatores de risco acidentes com redes e anzóis, plásticos e o trânsito de veículos nas praias.

O Tamar 

Em parceria com o ICMBio, o projeto Tamar contribui para a recuperação de quatro espécies de tartarugas marinhas: tartaruga-oliva, tartaruga-de-pente, tartaruga-cabeçuda e tartaruga-de-couro. O trabalho do Tamar garante também a estabilidade da tartaruga-verde em Fernando de Noronha (PE) e Trindade (ES). A missão do projeto inclui é a pesquisa, a conservação e o manejo das cinco espécies, todas ameaçadas de extinção. O Projeto ainda trabalha na proteção de tartarugas jovens e adultas resgatadas de captura incidental na pesca. Acidentes com redes e anzóis, plásticos e o trânsito de veículos nas praias são fatores de risco para os animais.

Atualmente, o Projeto Tamar está presente em 26 localidades, distribuídas em áreas prioritárias de desova, alimentação, migração e descanso. A cada temporada reprodutiva, o número de filhotes que nasce nas praias monitoradas pelo Projeto passa de 2 milhões, além de muitas tartarugas que são protegidas e salvas da captura incidental na pesca. Estudos científicos mostram que as populações de tartarugas marinhas no Brasil estão se recuperando.

Conheça mais sobre as tartarugas marinhas

As tartarugas marinhas são animais altamente migratórios, circulando pelas águas de diversos países em sua longa vida. Levam de 20 a 30 anos para se reproduzir. O lixo no mar, no entanto, tem sido um dos principais riscos para elas. Estima-se que entre 4 milhões a 12 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos a cada ano.

No mar, o plástico vira uma armadilha para as tartarugas marinhas, ao ser confundido com alimento. Ingerido, pode bloquear o sistema digestório e interferir no processo de flutuação das tartarugas, fazendo com que elas morram por inanição, pois param de se alimentar, ou pela liberação de toxinas no organismo e lesões no sistema gastrointestinal.

Os canudos de plástico são apenas um dos tipos de lixo que vão parar nos oceanos e ameaçam a vida desses animais marinhos. Há, também, restos de redes de pesca que se enroscam no corpo das tartarugas, podendo levá-las à morte.

A pesca incidental é um outro grave risco, causando a morte de tartarugas adultas e jovens. Alguns apetrechos, como anzóis e redes inadequadas, acabam capturando os animais, embora eles não sejam alvo da pesca.

Para reduzir os impactos da pesca incidental, o Tamar monitora embarcações e promove a divulgação de medidas mitigadoras que podem ser adotadas por pescadores, como o uso do anzol circular, que captura o peixe mas não a tartaruga marinha.

Fonte: MMA e ICMbio

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