Bovespa recua ao menor patamar desde março de 2009 por China e Coreia do Norte

Redação PH

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Bovespa recua ao menor patamar desde março de 2009 por China e Coreia do Norte

Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) – A Bovespa fechou no vermelho nesta quarta-feira, em linha com o exterior, uma vez que a aversão a risco voltou a derrubar as principais bolsas globais, diante de preocupações com a economia da China e após a Coreia do Norte anunciar um teste com bomba de hidrogênio.

O Ibovespa caiu 1,52 por cento, a 41.773 pontos, menor patamar desde 31 de março de 2009, depois de ter recuado 1,96 por cento no pior momento do dia. O giro financeiro do pregão foi de 5,5 bilhões de reais.

Dados fracos da China já haviam derrubado os mercados na segunda-feira. Com o noticiário doméstico reduzido, investidores estão mantendo o foco no exterior.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da China, divulgado na quarta-feira, revelou que a atividade do setor de serviços no país asiático cresceu no menor ritmo em 17 meses em dezembro.

A China também permitiu que o iuan se desvalorizasse mais, levantando preocupações de que a segunda maior economia do mundo poderia estar mais fraca do que imaginado.

As ações de mineração e siderurgia, expostas ao mercado chinês, estiveram entre as maiores baixas da Bovespa. Na Europa, o FTSEurofirst 300 perdeu 1,27 por cento. Nos Estados Unidos, o S&P 500 cedia mais de 1 por cento.

Somou-se ao sentimento de aversão ao risco a notícia de que a Coreia do Norte testou com sucesso uma bomba H, reivindicando avanço significativo em suas capacidades de ataque e acionando um sinal de alerta no Japão e na Coreia do Sul.

"Esse teste acaba trazendo instabilidade para os países e preocupações para o mercado", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença DTVM.

A divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve, às 17h no horário de Brasília, acabou influenciando pouco os negócios.

O documento mostrou que integrantes do banco central dos Estados Unidos decidiram aumentar os juros no mês passado após quase todos ficarem confiantes de que a inflação deve acelerar, mas alguns expressaram preocupação com a possibilidade de o ritmo de alta dos preços ficar travado em níveis perigosamente baixos.

DESTAQUES

=A ação preferencial da VALE caiu 7,58 por cento, em dia de pressão sobre as ações de mineradoras globais, expostas ao mercado chinês. As anglo-australianas Rio Tinto e BHP Billiton, por exemplo, perderam quase 5 por cento. Os contratos futuros de minério de ferro na China caíram nesta quarta, assim como o minério de ferro para entrega imediata no porto de Tianjin

=GERDAU, USIMINAS e CSN, do setor siderúrgico, também afetadas pelo noticiário sobre a China, perderam 8,08, 8,96 e 7,9 por cento, respectivamente. METALÚRGICA GERDAU teve a maior queda do Ibovespa, de 12,93 por cento. As siderúrgicas já haviam caído na véspera com a notícia do jornal Valor Econômico de que técnicos do governo se posicionaram contrários à proposta de aumento das alíquotas de importação de aço, reivindicada pelo Instituto Aço Brasil.

=JBS caiu 9,17 por cento em meio à notícia do jornal O Estado de S.Paulo de que a Polícia Federal investiga pagamentos feitos pelo Grupo Bertin, ex-sócio da processadora de carnes, para o ex-senador Edison Lobão Filho, no âmbito da Operação Lava Jato.

=PETROBRAS cedeu 4,19 por cento na preferencial, acompanhando o recuo de mais de 5 por cento do petróleo. A XP Investimentos manifestou ceticismo com a estatal. "Com dólar em alta e petróleo em baixa, ela seguirá com sérios problemas para equacionar o alto endividamento e a redução nas receitas de exploração e produção de petróleo."

=BRASKEM subiu 7 por cento, beneficiada pela queda do petróleo, do qual é derivada a nafta. "A Braskem acaba comprando nafta, sua principal matéria-prima, o que melhora a margem da empresa. E com o dólar em alta, ela ganha nas exportações", disse o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora.

=ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES subiu 8,51 por cento, maior alta percentual do Ibovespa, recuperando parte da perda de 10 por cento de terça-feira.

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