Baixa cobertura vacinal em Rondonópolis causa preocupação

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Baixa cobertura vacinal em Rondonópolis causa preocupação

Pais e responsáveis precisam se conscientizar sobre a importância da vacinação, que é a principal forma de prevenção de inúmeras doenças graves, que deixam sequelas e podem até causar a morte, além de serem altamente transmissíveis. O alerta é para que crianças de um a quatro anos, 11 meses e 29 dias sejam imunizadas contra a poliomielite, cuja campanha nacional de vacinação segue até o dia 30 de outubro. Também devem procurar uma unidade de saúde, crianças de zero a adolescentes de 15 anos, para atualizar a caderneta de vacinação.

As unidades básicas de saúde estão abertas de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h para imunização. Além da vacina contra a poliomielite, estão disponíveis 14 tipos de vacinas para crianças de zero a cinco anos e oito tipos para crianças e adolescentes de seis a 15 anos.

Conforme dados do Departamento de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal na cidade tem ficado bem abaixo da meta que deve ser atingida. A cobertura contra a poliomielite em 2020 atingiu até esta quarta-feira (21), apenas 23,95% do público-alvo (meta). De um contingente de 13 mil crianças entre um ano a quatro anos, 11 meses e 29 dias, pouco mais de 3 mil já estão imunizadas. Ainda há cerca de 10 mil crianças nesta faixa etária que precisam tomar a vacina.

A situação preocupa a Saúde, conforme explica Gil Machado, gerente do Departamento de Saúde Coletiva do município, porque a baixa cobertura pode elevar casos de doenças que podem ser prevenidas com vacina e possibilitar o retorno de doenças que já foram erradicadas do Brasil, mas ainda existem em outros países.

Poliomielite é doença grave

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

O Ministério da Saúde explica que a vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.

Ainda conforme dados do Ministério da Saúde, a doença permanece endêmica em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Nenhum confirmado nas Américas. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990.

“A falta de vacinação pode ocasionar o retorno de doenças graves como a poliomielite para o Brasil, que foi erradicada em função da vacina, mas ainda existe em outros países. Com a imigração há risco de retorno da doença se a população não estiver imunizada”, exemplifica Gil Machado.

Sarampo pode matar

O sarampo é uma doença grave e apresenta alto risco de contágio e disseminação, podendo causar sequelas e óbito. Uma pessoa pode transmitir para até 18 pessoas. A transmissão ocorre pelo ar, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. A vacinação contra o sarampo somente é contraindicada para crianças menores de seis meses de idade, gestantes e pessoas com sinais e sintomas de sarampo.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, até setembro deste ano, foram notificados 15.734 casos suspeitos de sarampo em 20 estados e no Distrito Federal. Nesse mesmo período, o Brasil registrou sete óbitos pela doença.

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