Nenhuma equipe foi mais vitoriosa este ano no cenário de Counter-Strike (CS) do que a Astralis. Os dinamarqueses vão fechar o ano de 2019 na liderança do ranking mundial da HLTV, site que é referência quando o assunto é CS. A confirmação veio depois de mais um título no último grande torneio internacional do ano, o BLAST Pro Series Global, disputado no Bahrein no último fim de semana. Eles derrotaram por 2 a 0 os rivais da Team Liquid, equipe que também chegou a número um na tabela nos últimos meses.
Esta foi a quarta final entre as duas equipes em 2019. Os americanos só venceram uma das disputas, no iBUYPOWER Masters IV, um campeonato de menor relevância no cenário internacional. Já a Astralis levou a melhor nas outras três vezes, incluindo aí o título conquistado no BLAST Pro Series de São Paulo, em março deste ano. No total, foram sete troféus em 2019, incluindo os dois Majors, os principais torneios da temporada, disputados em Katowice (Polônia) e Berlim (Alemanha).
O bom momento da Astralis não é de agora. Eles já lideravam o ranking mundial desde abril de 2018, tendo segurado o primeiro lugar por 406 dias, um recorde desde o início da medição, em 2015. Os dinamarqueses só foram ultrapassados no meio do ano, chegando a cair para o quarto lugar no mês de setembro, superados pela Liquid (Estados Unidos), Vitality (França) e ENCE (Finlândia). Porém, um mês depois, conseguiram retomar a dianteira da tabela.
Até hoje, a Astralis é a equipe que mais conquistou Majors na história, sendo a única tetracampeã do torneio, e a primeira a levar o troféu três vezes consecutivas. A lista de títulos é imensa: desde a fundação em 2016, foram 19 no total, segundo levantamento da HLTV, que registra apenas os campeonatos mais relevantes.
Outras equipes europeias dominam o ranking: do top 10, apenas três são de outras regiões. Nenhuma do Brasil, infelizmente. A equipe da MIBR, que em 2016 e 2017 ocupou por diversas vezes o topo, fechou esta temporada na 14ª posição. O time liderado por Gabriel FalleN não conseguiu nenhum título relevante em 2019; nem mesmo o apoio da torcida brasileira durante o BLAST Pro Series de São Paulo foi capaz de impedir que terminassem o torneio com amargas cinco derrotas em cinco jogos.
Apesar disso, o cenário brasileiro de Counter-Strike, antes restrito a MIBR, tem crescido internacionalmente. Destaque para a FURIA, que vai terminar o ano na frente da MIBR, na 13ª posição. O time segue em curva ascendente desde sua formação, no início de 2018: há apenas um ano, eles ocupavam o 51º lugar. Correndo por fora, tem a Sharks, que chegou a figurar no top 30 no início de dezembro, mas hoje (19) está na 47ª posição. Os brasileiros também foram maioria no Major de Berlim: foram 15 jogadores no total, espalhados em três equipes, número só igualado pela Rússia.
A torcida brasileira vai ter uma nova chance de acompanhar os melhores do mundo de perto. O Brasil vai receber pela primeira vez um Major, o ESL One Rio, entre os dias 11 e 24 de maio. A fase eliminatória vai acontecer na Arena da Barra, dentro do Parque Olímpico do Rio de Janeiro, na zona oeste da cidade. A fase principal começa no dia 21, na Jeunesse Arena, localizada logo ao lado. Será o mesmo palco onde o Flamengo faturou a segunda etapa do CBLoL este ano, e que também recebeu o MSI de League of Legends em 2017, além do mundial de Rainbow Six no ano passado.
Dos 24 times que vão duelar por aqui, 14 já estão confirmados, incluindo a Astralis, a MIBR e a FaZe Clan, que conta com o brasileiro Marcelo ‘coldzera’ David (ex-MIBR) no elenco. Outros dez serão definidos em torneios regionais e também por uma repescagem, dando chance para mais equipes brasileiras figurarem no Major do Rio.
