Assembleia Social entrega kits de crochê ao projeto “Crochetando Esperança”, que oferece trabalho a 10 detentos do CRC

KAREN MALAGOLI / ALMT

Assembleia Social entrega kits de crochê ao projeto “Crochetando Esperança”, que oferece trabalho a 10 detentos do CRC

Linhas de crochê de várias cores e espessuras, agulhas de crochê, moldes, revistas. Com esse kit, há de imaginar que se pode fazer lindas peças de roupas com a técnica. E é esta a atividade desenvolvida por 10 reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá – nove homens e uma travesti – para ter uma renda extra e reduzir a pena, por meio do trabalho.

Os materiais para crochê foram repassados ontem (12) pela Assembleia Social (antiga Sala da Mulher) ao diretor da unidade prisional, Winkler de Freitas Teles, em uma reunião na sede da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Trata-se do projeto “Crochetando Esperança”, em que parte da venda das peças desenvolvidas pelos detentos será destinada ao próprio trabalhador – dividida em três contas: uma para o próprio usufruto, uma para a família dele e outra para quando terminar a pena e recomeçar a vida em liberdade.

Além dos artesãos de crochê, outros cerca de 500 reeducandos desenvolvem trabalhos dentro do CRC (como construção de móveis) e outros 100 ‘extramuro’ – em atividades elementares, como limpeza de espaços públicos. “São 23 frentes de trabalho, tem até banda lá dentro”, conta, orgulhoso, o diretor.

“A gente tem que ter sempre em mente quem vai ser contemplado, com foco em transformar vidas. E estamos abrindo esta nova ‘frente de atuação’, também deste grupo em vulnerabilidade. Quero registrar nosso abraço não só a estes reeducandos, mas para os familiares deles”, registrou a diretora da Assembleia Social, Daniella Paula Oliveira.

O secretário de Finanças da ALMT, Ricardo Adriane, ficou muito alegre em conhecer “outro lado” da rotina no Centro de Ressocialização. “A gente não sabe o que acontece atrás dos muros”. “O trabalho que vocês estão desenvolvendo”, se dirigiu à equipe do CRC, “tem construído e reconstituído vidas”, parabeniza Ricardo, destacando que o trabalho e a oportunidade de remissão de pena é “oportunidade para o ser humano ser reintegrado na sociedade”.

O representante do Conselho da Comunidade de Execuções Penais (Concep), Sandro Lohmann, agradeceu o repasse dos kits em nome das pessoas beneficiadas. “Nós não temos ideia de quão positivamente atos como este irão impactar na vida do ex-detento, quando ele se reintegrar na sociedade. É oportunidade de renda para não cometer novos crimes”, avaliou.

A remissão de pena consiste em reduzir um dia de detenção a cada três trabalhados (carga horária diária de 8 horas). Para usufruir do direito, cabe ainda estudar, escolha da maior parte dos cerca de 600 detentos que trabalham. Atualmente, o CRC tem em torno de 1100 reeducandos.

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