Assembleia Legislativa instala Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Rio Cuiabá

Assembleia Legislativa instala Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Rio Cuiabá
Karen Malagoli/ALMT

Assembleia Legislativa instala Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Rio Cuiabá

Com a presença maciça de prefeitos, vereadores, deputado federal e de deputados estaduais foi instalada, hoje (6) pela manhã, a Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Rio Cuiabá (que é composto por 13 municípios). A Frente, durante quatro anos, tem o objetivo de encontrar soluções para alavancar o desenvolvimento e crescimento econômico da região.

O coordenador da Frente Parlamentar, deputado Faissal Calil ((PV), disse que a Frente Parlamentar vai trabalhar para encontrar soluções eficazes para o desenvolvimento e o crescimento do Vale do Rio Cuiabá.

A região, segundo ele, tem a maioria dos municípios o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo, com exceções das cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Chapada dos Guimarães. Os outros nove ultrapassam a centésima colocação no IDH.

“Hoje, na região, cerca de 100 mil jovens estão vivendo abaixo da linha da pobreza. A Frente vai colher sugestões que estejam voltadas ao desenvolvimento de todos os setores, para isso vai buscar a capacitação dos jovens. Vamos trabalhar para que as grandes empresas venham investir em Mato Grosso, e em especial, no Vale do Rio Cuiabá”, disse Faissal.

O presidente do Consorcio do Vale do Rio Cuiabá, o prefeito de Santo Antônio do Leverger, Valdir Pereira de Castro Filho (PSD), disse que a Frente tem um papel importante no debate econômico para a região. Segundo ele, a Região Metropolitana e do Vale do Rio Cuiabá têm problemas similares, e a Frente buscará resolver as demandas de cada uma delas.

Um dos parceiros da Frente Parlamentar para a elaboração de políticas públicas para a Região do Vale do Rio Cuiabá é o Sebrae de Mato Grosso. De acordo com o gerente de políticas públicas do Sebrae, Sandro Rossi, a proposta é formar novos lideres por meio do Programa Líder (formar lideranças para o desenvolvimento regional), criado no Rio Grande do Sul.

“Vamos com isso construir uma agenda para o desenvolvimento e o crescimento do Vale do Rio Cuiabá. A meta é planejar e criar uma agenda conforme a especificidade de cada município, de acordo com a aptidão (turismo, agricultura, serviços) de cada um dos 13 municípios que compõe o Vale”, afirmou Rossi.

Para o professor de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Bolanger José de Almeida, a realidade econômica e social da Região do Vale do Rio Cuiabá é bastante preocupante. Segundo ele, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relatam que existem mais de 100 mil jovens desempregados na região.

“Parte da população, cerca de 250 mil pessoas, ganha até um salário mínimo de R$ 998. Outros ganham muito menos e estão abaixo da linha da pobreza. Hoje, o Vale do Rio Cuiabá virou um grande fornecedor de mão de obra barata para o agronegócio. Isso sem contar que várias empresas e indústrias deixaram a região por falta de incentivos por parte do governo”, disse Bolanger.

Para o professor o Vale do Rio Cuiabá precisa de uma atenção especial, principalmente,  para a geração de empregos. “Há a sensação de que os municípios da região são os patinhos feios de Mato Grosso, e não é bem assim. Esses municípios já contribuíram muito com a econômica de Mato Grosso”, disse Bolanger.

O deputado federal Neri Geller (PP) afirmou que a frente é de extrema importância para juntos com Governo do Estado e o Congresso Nacional encontrarem novas fontes de investimentos para a região do Vale do Rio Cuiabá. A Frente vem nessa linha, ou seja, integrar o que dá certo no Vale do Rio Cuiabá com o interior de Mato Grosso. Isso, segundo ele, será fundamental à geração de emprego e renda para o Estado.

“Mato Grosso passa por um momento, a revolução industrial, importante para o seu desenvolvimento. Muitos criticam que o Estado produz apenas soja e milho, isso é um equivoco. Há muita produção de proteína animal. Em todo o Estado há instalação de indústrias. A receita nesse setor cresceu mais de 40%. Essa revolução tem que ter uma sintonia com outros setores da economia. Aqui tem consumo, e aqui tem demanda”, afirmou Gelller.

O deputado Carlos Avallone (PSDB) afirmou que a Frente Parlamentar deve trabalhar de forma sintonizada entre os municípios que possuem a economia no agronegócio. Segundo ele, há cerca de 41 municípios das região produtoras que tem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto, mas destacou que os municípios da Baixada Cuiabana, com IDH baixo, são importantes para a economia do estado.

“Aqui é preciso definir alternativas para a região como, por exemplo, nas áreas de saúde e de serviços. Por isso é fundamenta reunir os 13 municípios para discutirem a atividades peculiares de cada um. Vamos aproveitar um Plano Diretor da Região Metropolitana que é composta por sete cidades para atender a região do Vale do Rio Cuiabá, com isso melhorar a infraestrutura dessas cidades”, explicou o parlamentar.

Presidente do Sindicato de Armazéns Gerais do Estado de Mato Grosso e do Porto Seco de Cuiabá, Francisco Antônio de Almeida, afirmou que o empenho dos deputados da Baixada Cuiabana é fundamental engrenar a região co caminho do desenvolvimento e o crescimento da região. Segundo ele, as duas maiores cidades: Cuiabá e Várzea Grande estão com índices altos de desemprego.

“Daqui, Cuiabá, partem todas as decisões que podem trazer ou não o desenvolvimento para o Estado. Isso é preocupante porque muitos bairros estão abandonados e com alto índice de desemprego e de criminalidade. A iniciativa da Frente é muito oportuna. A classe industrial vai apoiar, mas o trabalho tem que ser profundo para que Cuiabá cresça  de forma sustentável”, disse Almeida.

Para a criação de empregos na Região do Vale do Rio Cuiabá, o presidente do Porto Seco disse ainda que o ex-governador Pedro Taques ‘satenizou’ o incentivo fiscal concedidos a setores produtivos de Mato Grosso.

“Aqui não tem quase incentivos fiscais. O governo precisa atrair empresas indústrias para o estado para gerar emprego e renda. Isso se faz por meio da indústria e depois vem o comércio. Se isso for feito Mato Grosso terá um desenvolvimento pleno da atividade produtiva e, com isso, ter mais recursos financeiros para investir no social. Mato Grosso não pode ser um mero exportado de grãos. Infelizmente isso é um cuidado que devemos tomar”, disse.

O Consórcio é composto por 13 municípios do Vale do Rio Cuiabá ( Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio do Leverger, Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Jangada, Nobres, Nova Brasilidândia, Planalto da Serra, Poconé e Rosário Oeste).

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