O Governo de Mato Grosso vai retomar as obras na Arena Pantanal em 2016. Nesta terça-feira foi assinado o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) de 15 obras para a Copa do Mundo, incluindo a readequação da construção do Complexo da Arena Pantanal, a implantação do sistema de tecnologia e a instalação de imobiliário esportivo do estádio, que foi sede de quatro jogos da Copa do Mundo. A empresa Mendes Júnior, que venceu a licitação para a construção do estádio, não assinou o TAG e vai ser acionada judicialmente pelo governo.
O estádio está inacabado desde que foi "entregue" para a Copa do Mundo 2014, mas divergências nos últimos pagamentos motivaram o atraso na obra. Segundo o Governo de Mato Grosso, o Estado deve cerca de R$ 20 milhões para a empresa, que alega um valor maior: R$ 90 milhões. A parte de acabamento e área externa são as que ficaram pra trás desde que a empresa deixou o estádio.
Foi realizado um levantamento das dívidas que o Estado tem com as empresas contratadas para construir a Arena Pantanal. O governo faz o pagamento disso e depois é homologada a Ordem de Serviço para as readequações. Segundo o secretário de cidades (Secid) Eduardo Chiletto, as empresas precisam capitalizar recursos para poder iniciar a obra, pois há quase um ano que elas não recebem um centavo. Porém a Mendes Júnior não quis assinar.
– A Mendes Júnior queria receber antes de iniciar esse processo, e isso não podemos fazer. O Tribunal de Contas não aceitou essa reivindicação deles. Não querendo assinar, vamos para a justiça. Vamos judicializá-los e contratar outras empresas para que façam esse serviço, porque nós precisamos até abril estar com a obra pronta, pois em abril é o último prazo para garantir a certificação ambiental – relatou.
O secretário explicou que há uma forma de contratação emergencial e que o estado pagará as despesas, mas cobrará a empresa responsável depois de concluídas as obras.
– Eles alegam que têm coisas que acham que tem direito, mas isso foi para a Controladoria Geral do Estado, e não foi dado o parecer exatamente quanto a Mendes Júnior tem direito. A empresa já queria que isso estivesse neste ajustamento de gestão, e que eu já desembolsasse 40%, e isso não existe – reiterou Chiletto.
TI e assentos
Outros problemas destacados pela Secid na Arena Pantanal são os telões que não estão funcionando, as catracas eletrônicas que desde a Copa do Mundo nunca mais foram utilizadas e o som que precisa melhorar a qualidade. Toda a parte tecnológica foi assinado o TAG com o consórcio CLE. E ainda a Kango Brasil, que é responsável pelos assentos da Arena, que precisa de alguns reparos.
Essas obras na Arena Pantanal não foram finalizadas pelas empresas contratadas antes da Copa do Mundo. Segundo Eduardo Chilleto, Secretário de Cidades (Secid), os contratos tinham diversas irregularidades e o trabalho foi árduo para conseguir assinar os TAGs.
– Problemas de todas as ordens. Contrato que em 2014 tinha sido terminado, e eu não podia trazer para 2015. A obra em princípio nunca poderia terminar, teria que fazer uma nova licitação, e isso custaria muito para o estado. E outras inconsistências como obra mal feita, mal acabada, enfim, levantamos tudo, e 90% estava com grandes problemas. Gastamos muito tempo, porque foi um trabalho detalhado – afirmou.
O Governo liberou R$ 50 milhões imediatamente para as adequações de todas obras, na qual se inclui a Arena Pantanal e também mais R$ 160 milhões serão investidos em 2016. Chiletto deu o prazo máximo de 45 dias para o reinício das obras.
A obra
O estádio começou a ser construído em maio de 2010 com a demolição do antigo Estádio Verdão. Seu custo inicial era de R$ 395 milhões. Vieram os aditivos e o valor já está em mais de R$ 600 milhões. O primeiro jogo do estádio foi em abril de 2014, com o empate sem gols entre Mixto e Santos.
