Uma mulher de 86 anos está prestes a concluir o curso de Direito pela Universidade La Salle, de Canoas, município da região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Esta é a terceira graduação em que Maria Francisca Coruja se forma. Além de futura bacharela em direito, ela também é bióloga e pedagoga.

Uma peregrinação em busca do conhecimento. É assim que Maria define a própria vida. No próximo dia 29 de agosto, ela conclui o curso de Direito.

Maria trabalhou 35 anos no magistério até que se aposentou em 1983. Ela decidiu ingressar no curso de Direito após perder a mãe. Para Maria, tanto estudo é fruto de um amor antigo pelo conhecimento e da certeza de que não há idade certa para estudar.

De um modo geral, a idosa é exceção no Brasil. Conforme dados de 2013 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 35% dos analfabetos do Brasil são idosos, ou seja, tem 60 anos ou mais. Maria relata, por exemplo, que seu segundo grau foi bem diferente da forma como acontece atualmente. “A gente estudava em janeiro e fevereiro para cumprir o horário”, disse.

Já no Ensino Superior, o número de idosos tem aumentado. Na Universidade em que Maria estuda, ela não é a única idosa. Conforme a coordenação do curso de Direito da La Salle, outras 10 pessoas com 60 anos ou mais frequentam o curso na universidade.

O Professor Daniel Achutte, que é paraninfo da turma, disse que a instituição incentiva idosos a ingressarem na universidade. “Sempre que necessário os colegas e os professores ajudam a utilizarem as novas tecnologias”.

E para quem acha que passou da idade de estudar, Maria Francisca Coruja tem um recado. “Para estudar não tem idade. Nós temos a idade que desejamos”.