Aos 44 anos, filho passa o primeiro dia dos pais com o pai em Mato Grosso

Redação PH

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aos 44 anos, filho passa o primeiro dia dos pais com o pai em mato grosso

Aos 44 anos, filho passa o primeiro dia dos pais com o pai em Mato Grosso

José Lucas de Souza, 77, e o filho, Giovani Duarte, 44, o dia dos pais de 2016 vai ficar marcado na vida dos dois. Essa é a primeira vez que os dois comemoram a data juntos. O pai que hoje mora em Cuiabá perdeu o contato quando o filho tinha apenas seis meses de idade. Giovani cresceu sem saber da existência do pai. Após a morte da mãe, quando ainda era criança, foi morar com os tios. Agora, após 44 anos de muita procura, José Lucas tem motivo para comemorar.
Tudo começou em 1971, quando José Lucas teve um filho fora do casamento. O menino, que mais tarde mudaria o nome para Giovani Duarte, foi registrado pela mãe como Gastão Aparecido Toshio. “Eu estava disposto a cuidar e ficar com ele, mas a mãe e os parentes tinham medo que eu o roubasse”, lembra José Lucas.
Ele chegou a conhecer o filho quando ele ainda era bebê, mas com a morte da mulher perdeu contato com a família e com o filho. Foi aí que começou a busca de José Lucas pelo menino. “Eu cheguei a procurar os tios dele, mas eles me disseram que ele havia se mudado para outras cidades com os parentes. Eu fui em cada uma e nunca o encontrei”, disse. Na busca, a única pista que tinha era o nome do filho: Gastão.
Enquanto o pai o procurava, Giovani crescia sem saber da existência do pai. “Quando eu perguntava do meu pai me diziam que ele tinha morrido, que eu era filho de chocadeira. Então, nem procurava meu pai. Era algo que não existia na minha vida”, lembra.
O menino morou com os tios em cidades como Juína e Juara, a 737 e 690 km de Cuiabá, até os 11 anos de idade, quando resolveu sair de casa. “Fui viver a minha vida, correr o mundo”, disse. Ele fugiu para garimpos na companhia de um casal de idoso, que o adotou. Foi a primeira vez que ele teve um pai no registro de nascimento. “Os dois me perguntaram se eu tinha documento, na época muito criança, eu nem sabia o que era e disse que não. Depois eles me registraram e trocaram meu nome”, disse. Ele ficou com o casal até os 17 anos, quando eles faleceram.
Enquanto isso, José Lucas rodava cidades à procura do filho. “Eu tive informações de que ele estava em Mato Grosso do Sul. Eu andei a fronteira com o Paraguai inteira para tentar achá-lo, mas nada”, lembra. A busca de José Lucas, no entanto, nunca parou. Com a ajuda da atual esposa, Erenita Costa Soares, ele conseguiu juntar informações para tentar localizar o menino.
“Parece até coisa de filme: os dois estiveram na mesma cidade, mas não se encontraram. O José Lucas procurando e o Giovani em um hospital fazendo tratamento”, conta Erenita.
Em 2015, José Lucas e Erenita conseguiram localizar informações e encontraram Giovani.
"Eu cheguei a desconfiar que era um golpe, alguém me procurando dizendo que era meu pai, mas eu acreditei e vim para ver o que é", lembra Gioavni, que hoje é locutor de rodeio e mora no Pará. Ainda no ano passado, os dois fizeram um exame de DNA para comprovar a paternidade. O resultado foi positivo.
"Meu coração está tranquilo agora, porque até então eu não tinha sossego", confessa José Lucas. O presente maior é para Gioavani, que enfim ganhou um pai. "Eu sempre pensava que quando eu morresse eu ia poder encontrar meu pai. E hoje, ao invés de morrer, eu estou nascendo de novo e o melhor de tudo, com um pai", afirma.

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