Alunos indígenas sonham ingressar em uma universidade para ajudar comunidade

Alunos da Escola Estadual Indígena Central Ikpeng, no Xingú - Foto por: Divulgação

Alunos indígenas sonham ingressar em uma universidade para ajudar comunidade

Ingressar em uma universidade para fazer um curso superior é o sonho de qualquer jovem que acaba de concluir o Ensino Médio. E não poderia ser diferente para os alunos indígenas das escolas da rede estadual, que estão na expectativa de ingressar em uma universidade pública por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019.

Na Escola Estadual Indígena Central Ikpeng, localizada no município de Feliz Natal (536 km de Cuiabá), no Parque Indígena do Xingú, seis alunos e ex-alunos estão fazendo as provas do Enem. Entre eles, a jovem Yawate Ikpeng, que está confiante em conquistar uma vaga para o curso de Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

“Meu grande sonho e objetivo é ingressar numa faculdade de medicina, para que, futuramente, possa ajudar nosso povo dentro da aldeia”, disse.

Orome Ikpeng é outro aluno da escola que está fazendo o Enem. Ele pretende conquistar uma vaga para o curso de Agronomia na UFMT ou na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

“Nosso objetivo maior é conquistar conhecimentos para que possamos usá-los em benefício de nosso povo”, ressaltou o jovem.

Os demais alunos da Escola Central Ikpeng pretendem conquistar vagas em diversas outras áreas, como Odontologia, Enfermagem, Engenharia Ambiental e Pedagogia.

Alunos da EE Indígena Central Leonardo Villas Boas, localizada no município de Gaúcha do Norte (a 595 quilômetros de Cuiabá), no Parque Indígena do Xingú, também estão buscando vagas na UFMT e na Unemat. Entre os cursos estão Administração, Agronomia e Medicina.

“Quero fazer o curso de Administração. Estudei e me preparei para conquistar esse sonho. Quero ser orgulho para o meu povo”, disse Jerônimo Waurá, que concluiu o ensino médio no ano passado.

Em Mato Grosso, a rede estadual conta com 71 escolas indígenas e atende 12.600 alunos em vários municípios.

O Coordenador da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Sebastião Ferreira de Souza, destaca a importância de o Governo oportunizar e possibilitar a esses jovens, que estão nas aldeias, o acesso ao ensino médio para que, posteriormente, busquem vagas em universidades públicas e realizem o sonho de fazer um curso superior.

“Esses alunos estão tentando realizar os seus sonhos, que é fazer uma faculdade e ter uma profissão como qualquer outro jovem. E nós trabalhamos para garantir isso a eles, independentemente de onde estejam”, afirmou.

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