Alta do dólar afeta também o preço do pãozinho

Redação PH

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crise econômica pode trazer oportunidades de investimento, avalia especialista

Alta do dólar afeta também o preço do pãozinho

As padarias também estão sofrendo com a crise. De acordo com o Sindicato da Panificação, o faturamento caiu entre 5% e 10% nos últimos meses porque o consumidor está deixando de lado os itens mais caros para comprar só o básico.

Ainda segundo a entidade, se o dólar se mantiver alto, é provável que o pãozinho suba, o que pode afetar ainda mais o setor, porque pelo menos 70% da matéria prima da farinha usada na produção do produto vem dos Estados Unidos, Canadá e Argentina.

Hoje, o quilo do pão francês custa, em média, R$ 11,39 na cidade de São Paulo.

Dólar a R$ 3,50

Na segunda-feira, o dólar baixou quase 2%, a maior queda em um mês, o que levou a moeda americana abaixo de R$ 3,50 novamente, após a maior intervenção do Banco Central no mercado de câmbio e em um dia sem grandes notícias. Já hoje está em R$ 3,50.

"Está havendo uma acomodação [da moeda], diante da falta de notícias", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, lembrando-se das fortes altas do dólar nas últimas semanas. Só em julho, a moeda norte-americana avançou 10%.

Investidores continuaram focando suas atenções no noticiário político local, que tem impulsionado a moeda norte-americana nas últimas semanas. O medo é que golpes à credibilidade do país afastem investimentos do mercado local, além de entraves ao reequilíbrio da economia brasileira. "Os mercados brasileiros continuam focados mais em eventos políticos domésticos do que em indicadores econômicos", escreveram analistas do JPMorgan em nota a clientes, salientando a incerteza sobre a aprovação de medidas do ajuste fiscal pelo Congresso Nacional e o noticiário sobre a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff não concluir seu mandato.

Operadores ressaltaram também que o aumento da intervenção do Banco Central no câmbio corroborou o alívio no mercado local. Após as fortes altas recentes da moeda dos EUA, a autoridade monetária sinalizou que rolará integralmente os swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares), os quais vencem em setembro, após três meses de rolagens parciais.

Nos mercados externos, a perspectiva de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode elevar os juros no mês que vem também continuou no radar. Juros mais altos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil.

Na segunda-feira, o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, disse que a inflação está muito baixa, mas apenas temporariamente, e a economia já quase atingiu o pleno emprego.

No exterior, o dólar também perdia força e caía cerca de 0,4% em relação a uma cesta de moedas.

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