ALMT faz audiência para debater políticas de inclusão da população em situação de rua

Redação PH

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almt faz audiência para debater políticas de inclusão da população em situação de rua

ALMT faz audiência para debater políticas de inclusão da população em situação de rua

Segundo números da Secretaria de Estado de Assistência Social (Setas), Cuiabá e Rondonópolis concentram 71% da população em situação de rua existente em Mato Grosso. O número de pessoas que moram nas ruas tem crescido na Capital, apesar da falta de dados precisos, uma vez que essa população é flutuante. Só em albergues são 384 moradores cadastrados atualmente.
São diversos os grupos de pessoas que estão nas ruas: imigrantes, desempregados, problemas com o alcoolismo, com as drogas ou familiares, entre outros. Para debater políticas de inclusão social das pessoas em situação de rua, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso faz na próxima quinta-feira (17), uma audiência pública, a partir das 14 horas, no auditório Milton Figueiredo.
A proposta do debate é do deputado licenciado Wilson Santos (PSDB), secretário de Cidades do governo do estado, e vai discutir um conjunto de medidas que visam o acesso da população em situação de rua aos serviços de inclusão socioeconômica, educação, reinserção social e qualificação profissional. “Não é apenas uma questão de segurança pública, pois as pessoas que vivem nas ruas estão lá por estarem doentes e rejeitadas pela sociedade, assim, mais que segurança, essas pessoas precisam de medidas que promovam a inclusão social e que reabilitem a saúde dos mesmos”, diz o deputado.
Dados da Política Nacional para a População em Situação de Rua (PSR) mostram que, em sua maioria,82% desses moradores de rua são do sexo masculino; 53% têm idade entre 25 e 44 anos; 67% são negros. Desse total, a maioria (52,6%) recebe entre R$ 20 e R$ 80 semanais; grande parte dessa população é formada por trabalhadores – 70,9% exercem alguma atividade remunerada.
Os principais motivos pelos quais essas pessoas passaram a viver e morar na rua se referem aos problemas de alcoolismo e/ou drogas (35,5); desemprego (29,8%) e desavenças com pai/mãe/irmãos (29,1%). Dos entrevistados no censo, 71,3% citaram pelo menos um desses três motivos (que podem estar correlacionados entre si ou ser conseqüência do outro); 74% dos entrevistados sabem ler e escrever. 17,1% não sabem escrever e 8,3% apenas assinam o próprio nome.
A imensa maioria não estuda atualmente (95%). Apenas 3,8% dos entrevistados afirmaram estar fazendo algum curso (ensino formal 2,1% e profissionalizante 1,7%). Diagnosticou-se que 48,4% não concluíram o primeiro grau e 17,8% não souberam responder/não lembram/não responderam o seu nível de escolaridade. Apenas 3,2% concluíram o segundo grau.
Grande parte dos entrevistados apresentou histórico de internação em instituições. 28,1% afirmaram já ter passado por casa de recuperação de dependentes químicos; 27,0% já estiveram em algum abrigo institucional; 17,0% admitiram já ter passado por alguma casa de detenção; 16,7% afirmaram já ter passado por hospital psiquiátrico.
A maioria da população pesquisada afirmou que costuma dormir na rua (69,6%). Um grupo relativamente menor (22,1%) costuma dormir em albergues ou outras instituições. Apenas 8,3% costumam alternar, ora dormindo na rua, ora dormindo em albergues.
Entre aqueles que manifestaram preferência por dormir em albergue, 67,6% apontaram a violência como o principal motivo da não preferência por dormir na rua. O segundo principal motivo foi o desconforto (45,2%). Entre aqueles que manifestaram preferência por dormir na rua, 43,9% apontaram a falta de liberdade como o principal motivo da não preferência por dormir em albergue. O segundo principal motivo foi o horário (27,1%) e o terceiro a proibição do uso de álcool e drogas (21,4%), ambos igualmente relacionados com a falta de liberdade.
Apenas 15,7% pedem dinheiro como principal meio de sobrevivência; 95,5% não participam de qualquer movimento social ou associativismo; 24,8% não possuem qualquer documento de identificação; 61,6% não exercem o direito de cidadania elementar que é o voto; 88,5% não são cobertos por programas governamentais, ou seja, afirmam não receber qualquer benefício dos órgãos governamentais.

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