Advogado que perdeu perna perdoa motorista e escreve livro em MT

Redação PH

Redação PH

| guiratinga | prefeitura amplia distribuição de água no distrito do alcantilado

Advogado que perdeu perna perdoa motorista e escreve livro em MT

Vítima de um acidente na MT-251, a rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, em 2002, o advogado e importador de aeronaves Jackson Wesley Valério, de 39 anos, diz perdoar o condutor do caminhão envolvido no acidente. Na época, o advogado e um grupo de amigos faziam o trajeto de motocicleta, quando um caminhão colidiu de frente com a moto conduzida por ele, que perdeu uma das pernas e os movimentos de um dos braços.

“Eu o perdoo. Não me considero uma vítima do trânsito. Eu não estava alcoolizado, sem capacete ou em alta velocidade. Eu fui vítima do acaso. O motorista do caminhão deveria estar correndo para cumprir ordens do patrão. A curva também não é uniforme, e outros fatores devem ter colaborado para o acaso”, relatou.

O advogado chegou a ficar três semanas internado em coma por três semanas após o acidente. Como consequência do grave acidente, ele fraturou 12 ossos, teve quatro faturas expostas, dois traumatismos cranianos, oito paradas cardiorrespiratórias e ainda perdeu uma das pernas e os movimentos de um dos braços. “Mesmo com esses problemas eu nunca quis processar o motorista, mesmo com a perícia dizendo que ele estava em alta velocidade”, confessou.

Segundo ele, os problemas resultantes da colisão não diminuíram sua vontade de viver. “Sempre fui muito ativo desde antes do acidente. Acampava, fazia mergulhos no mar e outras atividades. Quando o acidente ocorreu, me desafiei a fazer as mesmas coisas. Depois da colisão, já saltei de paraquedas, fiz trilhas, consegui tocar bateria”, contou.

Jackson Valério conta a trajetória em um livro que levou 10 anos para ser escrito. Intitulado de “Quando a Vida Faz Uma Curva” – fazendo relação ao acidente – ele conta suas histórias de resistência e vontade de viver. O final do livro revela uma surpresa.

“Nas últimas páginas, eu relato que perdoo o condutor do caminhão, porque não sei o que aconteceu. Eu bati e acordei três semanas depois”, afirmou. Jackson conta ainda que tentou se encontrar com o motorista, que fugiu após o acidente, mas não recebeu resposta.

Após 13 anos do acidente, o advogado passou por uma nova cirurgia para alinhar o nível da prótese e ter mais conforto. E ele não para por aí. “Faço visitas a hospitais, dou palestras, converso com pessoas com depressão, porque minha história, além de superação, é de resistência”, afirma.

Caminhão bateu de frente com motocicleta e motorista fugiu (Foto: Reprodução/ TVCA)

+ Acessados

Veja Também