Advogadas alertam que a pandemia não é impeditivo para consumidor buscar direitos e sugerem conciliação

Advogadas alertam que a pandemia não é impeditivo para consumidor buscar direitos e sugerem conciliação

Elaine Freire, de Cuiabá (MT), e Fernanda Xará, de Guanambi (BA), ressaltam que a pandemia deixou todo mundo em situação de fragilidade e por isso sugerem a conciliação

As advogadas Elaine Freire, de Cuiabá (MT), e Fernanda Xará, de Guanambi (BA), alertaram, durante live pelo Instagram, que o consumidor deve, sim, buscar seus direitos mesmo diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Além do consumidor final, os empresários e os fornecedores estão quase que sem rumo diante de contratos realizados antes da propagação do novo coronavírus e por isso ambas sugerem que o consumidor opte pela conciliação para evitar maiores desgastes.

“Há diversas possibilidades para tentar resolver a situação, como termos aditivos, acordos e também temos Medidas Provisórias, que não nos deixaram totalmente desamparados, apesar de estarem cheias de brechas”, comentou Xará.

Elaine Freire concordou que este é um momento extraordinário e pegou todos de surpresa. No entanto, observou a advogada, o empresário assumiu um risco quando decidiu empreender, então ele tem um dever com a pessoa que o contratou.

“Porém, como é um momento caótico, a gente precisa ter maturidade, buscar conciliar, conversar, acordar, para que nem o consumidor, empresário e o fornecedor saiam prejudicados”, ponderou.

A advogada de Cuiabá ressaltou que é necessário ter cautela e que, sim, o consumidor tem seus direitos, mas como é um fato que afeta a todos, não é só ele que não pode sair lesado dessa situação.

As especialistas comentaram que há estabelecimentos, a exemplo da área da saúde, como hospitais, laboratórios, farmácias e drogarias, que podem realizar práticas abusivas, e alertaram que o consumidor deve sempre questionar e buscar as medidas cabíveis.

“Caso não tenha acordo ou reembolso, a alternativa é buscar meios jurídicos, o Procon, entre outras as alternativas para que o consumidor não fique lesado. Mas, repito, é sempre bom tentar uma conciliação, porque um processo é desgastante e consome não só financeiramente, mas psicologicamente também”, disse Freire.

“Tudo deve ser dialogado, conversado. O que deve prevalecer é o bom senso. A partir do momento em que esse bom senso é ferido, acabou a boa-fé, já está na hora de intensificar com o que se tem ao nosso favor. É o litigioso, o judiciário, e tem que buscar esses caminhos para mudar essa cultura”, afirmou Xará.

As advogadas comentaram que diante da pandemia o Poder Judiciário está agindo com cautela e tentando equilibrar as partes envolvidas. A interpretação do judiciário está se alterando e Freire destacou que “cada caso é um caso e precisa ser analisado. O consumidor tem que fazer a sua parte para que os abusos não continuem ocorrendo”.

Elaine Freire e Fernanda Xará entendem que a partir deste ano, 2020, o direito não será mais o mesmo e que todos os profissionais, de todas as áreas, ainda estão tentando compreender como será de agora em diante.

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