Aborto não é alternativa contra o vírus da zika, diz presidente da CNBB

Redação PH

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Aborto não é alternativa contra o vírus da zika, diz presidente da CNBB

O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio da Rocha, afirmou nesta quarta-feira (10), durante o ato de lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, que o aborto não é alternativa para o enfrentamento do vírus da zika, associado a casos de microcefalia de bebês.

Na última sexta-feira (5), o principal comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Ra'ad Al Hussein, recomendou a países com casos de zika a flexibilizar leis a fim de permitir o aborto nos casos de microcefalia.

Para o presidente da CNBB, o aborto "não é a resposta" para o vírus da zika. "Nós precisamos valorizar a vida em qualquer situação e qualquer condição que ela esteja. Menor qualidade de vida não significa menor direito a viver, com menos dignidade humana”, afirmou.

Ao lado de representantes de outras igrejas cristãs, dom Sergio da Rocha participou do lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, cujo tema é “Casa comum, nossa responsabilidade”.

Neste ano, o foco da campanha, patrocinada pela CNBB e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), é o saneamento básico.

Durante a campanha, serão distribuídos nas igrejas folhetos informativos sobre o saneamento básico. Além disso, as entidades orientam as igrejas a mobilizarem as comunidades para que se informem sobre o saneamento básico de sua região e cobrem melhorias do poder público.

De acordo com as entidades, o saneamento básico já era um tema previsto para a campanha havia dois anos, mas se tornou ainda mais urgente em 2016. As entidades ressaltam que o tema também serve como alerta para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika, da dengue e da febre chikungunya.

Segundo dom Sergio da Rocha, as entidades estão preocupadas com a “ameaça” do vírus às famílias brasileiras.

“Infelizmente, a nossa casa comum está sendo hoje assolada pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças, e a nossa família comum está sofrendo e morrendo por causa das enfermidades transmitidas por ele. E a falta de saneamento básico tem contribuído para a proliferação dos mosquitos”, afirmou dom Sergio da Rocha.

O ministro das cidades, Gilberto Kassab, também participou da cerimônia de lançamento da campanha e afirmou que o Brasil ainda precisa avançar nas políticas públicas de saneamento básico. Para ele, há uma relação "muito forte" entre a ausência do tratamento sanitário adequado e proliferação do mosquito.

“[A proliferação do vírus] efetivamente tem uma relação muito forte com a ausência de tratamento e de esgotamento sanitário nas dimensões determinadas pelas organizações sociais. O Brasil, infelizmente, está ainda aquém desses índices [de saneamento básico]. Por mais que nos últimos 11 anos tivemos melhorias, que não tivemos em outras épocas do Brasil, ainda deixamos a desejar”, afirmou o ministro.

Segundo Kassab, o governo está tratando o assunto como prioridade e vai investir cada vez mais no saneamento básico. Ele disse ainda que a campanha "acertou em cheio" ao tratar do tema.

“É fundamental que possamos investir cada vez mais para que possamos ter condições de combater epidemias para que possamos proporcionar qualidade de vida às pessoas”, disse.

Dom Sérgio da Rocha afirmou ainda que as entidades contam com o governo para enfrentar a ameaça do vírus.

“Temos a necessidade de um trabalho sério e continuado do poder público. Não se pode apenas colocar esse assunto em pauta em um momento de emergência”, afirmou.

A programação da campanha também prevê, no dia 20 de março, a Coleta Ecumênica da Solidariedade, na qual fiés fazem doações para o Fundo Ecumênico Nacional da Solidariedade, que apoia iniciativas de organizações que desenvolvem ações relacionadas ao tema da campanha.

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