86% de casos de coronavírus no Paraguai são procedentes do Brasil

Foto: Governo do Paraguai/Divulgação

86% de casos de coronavírus no Paraguai são procedentes do Brasil

Dos 196 casos de novo coronavírus confirmados no Paraguai na primeira semana de maio, 170 são procedentes do Brasil. Isso significa que 86,7% dos diagnósticos no início do mês no país vizinho vieram de pessoas que estiveram em solo brasileiro, mostram dados do Ministério da Saúde paraguaio.

A tendência se manteve nesta sexta-feira (8), primeiro dia da segunda semana de maio: foram confirmados 101 casos de novo coronavírus, 97 “importados” do Brasil. O Ministério da Saúde paraguaio começou, no primeiro dia do mês, a divulgar números de pacientes procedentes do território brasileiro.

Veja abaixo os diagnósticos da Covid-19 no Paraguai desde o início do maio:

  • 1º de maio — 67 novos casos, 63 procedentes do Brasil (94%)
  • 2 de maio — 37 novos casos, 28 procedentes do Brasil (75,6%)
  • 3 de maio — 26 novos casos, 23 procedentes do Brasil (88,4%)
  • 4 de maio — 19 novos casos, todos procedentes do Brasil (100%)
  • 5 de maio — 16 novos casos, todos procedentes do Brasil (100%)
  • 6 de maio — 9 novos casos, 8 procedentes do Brasil (88,9%)
  • 7 de maio — 22 novos casos, 13 procedentes do Brasil (59,1%)
  • 8 de maio — 101 novos casos, 97 procedentes do Brasil (96%)

    Após diminuição considerável nos números da Covid-19 no fim de abril — quando o Paraguai chegou a ficar um dia sem novos diagnósticos e zerou os números de doentes na UTI —, a doença voltou a preocupar as autoridades paraguaias.

    As fronteiras terrestres entre Brasil e Paraguai seguem fechadas. Segundo autoridades paraguaias, todos os novos casos provenientes do exterior se referem a repatriados colocados em quarentena.

    Desde o início da pandemia, o Paraguai acumula 563 casos de novo coronavírus e dez mortes por Covid-19.

    Preocupação com o Brasil

    Segundo o jornal “ABC Color”, o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, demonstrou preocupação com o avanço do novo coronavírus na região. “Com o que acontece no Brasil, não passa pelas nossas cabeças abrir a fronteira”, afirmou.

    “O Brasil é o lugar onde hoje há maior expansão do coronavírus no mundo. Temos 700 km de fronteira com o Brasil, e é uma grande ameaça a todo o esforço que faz o povo paraguaio”, completou.

    Na quarta-feira, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que o Brasil representa um risco muito grande para a América do Sul por causa da epidemia de Covid-19.

    “Eu falei com o [Sebastián] Piñera (presidente do Chile), com o Lacalle [Pou] (presidente do Uruguai), obviamente que é um risco muito grande. A não ser por dois países, Chile e Equador, o Brasil faz fronteira com toda a América do Sul”, disse o argentino.

    O Brasil registrava, até a noite de sexta-feira, mais de 10 mil mortes por Covid-19, segundo dados dos governos estaduais levantados pelo G1. São mais de 146 mil casos confirmados da doença causada pelo novo coronavírus.

    O país iniciou na segunda-feira o que chama de “quarentena inteligente” — retorno gradual às atividades de trabalho e lazer, desde que com medidas de distanciamento social e higiene.

    Na primeira fase da “quarentena inteligente” — prevista para durar até 25 de maio — o Ministério da Saúde permite a circulação de pessoas nos seguintes casos:

    • Trabalho em determinadas áreas (construção civil, indústrias e serviços de entrega em domicílio)
    • Uso de máscaras nos transportes públicos, táxis e carros por aplicativo
    • Atividade física individual em parques, com horário reservado para idosos entre as 6h e as 8h
    • Atividade física em um raio de até 500 metros de casa

    Escolas, porém, só devem ser reabertas depois de dezembro, segundo recomendação do Ministério da Saúde paraguaio.

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