Xiaomi, a ‘Apple chinesa’, sofre com celulares piratas que roubam dados

Redação PH

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Xiaomi, a ‘Apple chinesa’, sofre com celulares piratas que roubam dados

Empresas chineses com frequência sofrem algum tipo de acusação que coloca em dúvida a confiabilidade dos produtos. A Xiaomi não é exceção e duas vezes foi vítima das suspeitas de empresas de segurança. Nenhum problema grave foi encontrado em aparelhos da própria Xiaomi, mas consumidores precisam ficar atentos para não acabar comprando um produto falsificado.

O primeiro caso ocorreu no ano passado, quando a fabricante de antivírus finlandesa F-Secure acusou o sistema da Xiaomi de enviar dados do telefone para servidores da companhia em Pequim sem autorização. A Xiaomi explicou que essas informações fazem parte do serviço de mensagens da companhia — algo semelhante ao "WhatsApp".

A acusação mais grave foi em março de 2015, quando especialistas em segurança da empresa "Bluebox" publicaram uma análise de um telefone celular da Xiaomi afirmando que o aparelho vinha "infectado de fábrica". As pragas digitais enviavam dados do telefone e exibiam anúncios. O celular ainda estava com diversas configurações de segurança inadequadas que deixavam o aparelho vulnerável.

O celular, um Mi 4 LTE, porém, não era original. Com a ajuda da Xiaomi, a Bluebox acabou descobrindo que se tratava de um telefone falsificado.

A falsificação de aparelhos e produtos é um problema grande para a Xiaomi. Em uma conferência de imprensa em abril, Lei Jun, CEO da empresa, culpou os produtos falsificados pelas vendas abaixo do esperado para a bateria recarregadora Mi Power Bank.

"Qual o maior problema? Existem muitos produtos falsos. Se não tivesse falsificação, nossas vendas iriam dobrar ou triplicar", disse o executivo, segundo o site "Bloomberg".

Além de acessórios como o Mi Power Bank e fones de ouvido, a Xiaomi também é vítima de falsificação de celulares. Embora existam versões falsificadas de vários produtos do mercado, os "piratas" da Xiaomi são muito mais convincentes do que os "Hiphones". O aparelho analisado pela Bluebox, por exemplo, tinha todas as etiquetas internas no mesmo lugar e hardware idêntico ao do Mi 4 LTE verdadeiro.

A dimensão do problema levou a Xiaomi a criar o aplicativo "AntiFake", que detecta se um aparelho é falsificado ou não. No caso da Bluebox, porém, o app não funcionou: o sistema era capaz de detectar e substituir o AntiFake legítimo da Xiaomi por uma versão inclusa no telefone. Só quando essa versão falsa do app foi removida é que o verdadeiro foi instalado com sucesso para identificar a falsificação.

Embora a Xiaomi esteja lançando apenas o modelo Redmi 2 no Brasil, já é possível encontrar outros aparelhos da marca à venda, entre eles o Mi4, o Mi3 e o Redmi Note. Isso não significa que todos os aparelhos são falsificados, mas é preciso conferir a procedência antes de comprar. Além disso, entre esses aparelhos, apenas o Redmi Note está homologado pela Anatel para funcionar em redes brasileiras.

O Redmi 2 oficialmente distribuído pela Xiaomi será vendido apenas na loja virtual da própria empresa, pelo menos inicialmente. As vendas devem começar no dia 7 de julho.

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