O cenário de aperto de cinto do governo do estado, exposto durante apresentação do cumprimento das metas fiscais referentes ao terceiro quadrimestre de 2015, nesta manhã, na Assembleia Legislativa, reforça a interpretação do deputado Wilson Santos (PSDB), líder de governo na AL, de que deve ser aberto diálogo com o setor produtivo de Mato Grosso sobre possível taxação das commodities (produtos primários da pauta de exportações).
“Esse é um assunto que vou enfrentar. Os produtos primários para exportação, há 20 anos não pagam mais impostos. Tenho proposta para não taxar a exportação, como Mato Grosso do Sul fez. Por exemplo, a partir de 2017, só podem ficar dois terços. E um terço fica proibido de exportação e sobre esse percentual podemos taxar. Isso não quebrou nenhum produtor rural de MS e a economia lá não entrou em derrocada”, pontuou.
A defesa de Santos ocorre num momento em que o Estado passa por dificuldades para encontrar liquidez de caixa para investimentos macro. A proposta do parlamentar, aberta ao debate com o setor produtivo, visa encontrar mecanismo para ampliar a margem de arrecadação dos cofres públicos. Na seara das propostas para a transformação de Mato Grosso, o deputado lembrou que o processo de industrialização da produção primária é fundamental para os buscados avanços.
“Quando é que o Estado vai começar a industrializar a sua produção primária? Estamos condenados a não nos industrializarmos? Esse é o destino de Mato Grosso? Não. Temos condições de fazer indústria do agronegócio, agregando valor e gerando emprego como nunca. Vamos vender soja em bolo. Vamos vender o couro, através da bolsa e do sapato. Vamos industrializar aqui. Nós não merecemos a condenação de sermos produtores apenas de produtos primários. E aí fecho a minha fala. Todos enchemos o peito para dizer que somos campeão de produtos primários, mas isso representa 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Isso porque nós produzimos produtos baratos”, alertou.
Secretário de Estado de Fazenda, Paulo Brustolin frisou o respeito do Executivo em relação aos debates promovidos pelo Poder Legislativo.