Maior exportador de commodities agrícolas do país, Mato Grosso deve ser classificado como ‘prioridade absoluta’ na definição do planejamento estratégico para o desenvolvimento da logística nacional. É o que defende o senador Wellington Fagundes (PR-MT), que participou nesta quarta-feira, 14, do Seminário “Corredores Logísticos Estratégico”, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O evento contou com a presença do ministro dos Transportes, Maurício Quintela.
Ao participar do segundo painel de infraestrutura nesta semana – a primeira foi em São Paulo, na abertura da Intermodal – Fagundes afirmou que Mato Grosso é atualmente um dos pilares centrais do desenvolvimento econômico nacional, ao se posicionar como líder nas exportações agropecuárias do Brasil. Disse, no entanto, que o Estado que carece de fortes investimentos na logística e afirmou que a multimodalidade do sistema de transporte é um dos grandes desafios para o país.
Com base nos resultados do estudo, realizado pela Secretaria de Política e Integração do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, contatou-se que os corredores de exportação do complexo de soja e milho – principais responsáveis pela safra recorde de grãos do país – utilizam os modos rodoviário, ferroviário e hidroviário, com maior participação do modal rodoviário. Já nos corredores de consumo interno, o abastecimento é realizado exclusivamente por rodovias.
A maior participação do modo rodoviário em todos os corredores, de acordo com levantamento, acarreta custos elevados de transportes, considerando que as rodovias não são o modo mais apropriado para longas distâncias. O trabalho apontou ainda nas rodovias “pequena extensão da malha sem pavimentação”, que estão sendo tratados pelo Governo com trabalhos de duplicação em trechos concedidos, contratos ativos de pavimentação, restauração e manutenção; como também a inserção de alguns trechos no Programa de Parcerias de Investimento – PPI.
Nas ferrovias, foram identificados gargalos relativos à segurança e à capacidade da via, além de aspectos regulatórios, como a necessidade de revisão das regras relativas ao direito de passagem de terceiros. O modal hidroviário, por sua vez, segundo o levantamento, tem a menor participação em extensão nos corredores estratégicos, apresentando dificuldades de navegabilidade. Foram também apontados necessidades de infraestrutura nas áreas dos complexos portuários, bem como problemas nos acessos terrestres e marítimos aos portos.
“Embora os corredores logísticos para grãos já façam uso da integração modal, evidenciou-se, devido à forte participação do modal rodoviário, a necessidade de priorizar os investimentos em ações que proporcionem uma logística eficiente com foco no aumento da intermodalidade entre os transportes rodoviário, ferroviário e hidroviário. E é exatamente isso que estamos constantemente debatendo em todas as esferas possíveis” – disse o senador republicano.
A ideia, segundo ele, segue na linha de reduzir custos e otimizar a eficiência energética de cada modo, minimizando os impactos ambientais, de forma a permitir que os produtos passarão a ser mais competitivos no mercado externo. “Temos enfatizado em todas as instâncias que a solução para os problemas existentes no nossos modais passam, necessariamente, pela priorização dos investimentos públicos e, sobretudo, por atrair os investimentos privados” – destacou.
Oportunidades em MT – O senador Wellington Fagundes voltou a destacar que Mato Grosso oferece grandes oportunidades de investimentos. Ele citou a necessidade de consolidar o chamado Arco Norte da Logística, considerado indispensável para atender objetivamente aos interesses da produção do agronegócio. Além dos portos do Pará, Amazonas e Maranhão, destacou a viabilização da Hidrovia Paraguai-Paraná, a partir da região Oeste do Estado como essencial.
Ele destacou ainda a importância da implantação do modal ferroviário, ligando as principais regiões produtoras do Estado até os portos. “Falo da ligação entre Sinop e Miritituba, no Pará, a chamada Ferrogrão. Trato também da passagemda Ferrovia Transcontinental pelas regiões de Água Boa, no Araguaia, chegando a Sorriso e Lucas do Rio Verde, no Norte do Estado” – acrescentou, citando ainda a extensão da chamada Ferronorte, chegando a Cuiabá e indo para o Norte do Estado.