TV Assembleia de Mato Grosso concorre a quatro prêmios na II Mostra da Astral

TVAL participa da 2ª Mostra de Documentários da Astral

TV Assembleia de Mato Grosso concorre a quatro prêmios na II Mostra da Astral

Um longa e três curtas-metragens produzidos pela TV Assembleia de Mato Grosso (TVAL) concorrem à premiação da II Mostra da Associação Brasileira de Rádios e Televisões Legislativas (Astral).

Os quatro vídeos mostram a diversidade cultural e ambiental do estado. Um deles retrata a Dança do Congo, festa realizada em Vila Bela da Santíssima Trindade.

A votação para a escolha dos documentários vencedores será realizada na próxima quinta-feira (30), às 8h30, no Centro de Convenções Expo Center Norte, em São Paulo.

O evento acontece durante o Seminário Legislativo de Tecnologia de Rádio e TV Digital, patrocinado pela Astral. A campeã e a vice-campeã terão seus vídeos reproduzidos nas TVs Senado e Câmara Federal e ainda na TV Cultura.

O Legislativo mato-grossense participa com quatros documentários: Doce Sabor de Bonsucesso, Caretas de Guiratinga, Vila Bela da Santíssima Trindade e Do Pantanal ao Cerrado. São temas raízes e com boas chances no concurso, segundo Wanderley de Oliveira, superintendente da TVAL de Mato Grosso e presidente da Astral.

“É a segunda mostra de documentários que a Astral realiza. Desta vez, a TVAL de Mato Grosso tem a honra de participar com quatro vídeos. Eles vão concorrer com outras 26 produções das TVs públicas estaduais e municipais de diversas regiões brasileiras.

O primeiro e o segundo colocados terão seus vídeos divulgados nas TVs do Senado Federal e da Câmara e ainda na TV Cultura”, destaca.

A produção de Mato Grosso vai concorrer com vídeos de vários estados brasileiros. A TV Assembleia de Minas Gerais, por exemplo, vai mostrar o desastre ambiental ocorrido em Mariana (2015), com o tema “Memórias Rompidas”.

Tem ainda a participação de legislativos municipais. O de Araraquara (SP) vai apresentar o gênero musical hip hop como instrumento de transformação social: “Elas quebraram, resistir para existir”.

Dos quatro documentários que concorrem ao prêmio, três deles são contados pelo jornalista Anderson Sartori. Ele, que tem 19 anos de profissão, participou da gravação e produção dos documentários O Doce Sabor de Bonsucesso, Caretas de Guiratinga e Vila Bela da Santíssima Trindade.

“Dizer que é legal ganhar, óbvio que é. Vamos concorrer com outros documentários. Lógico que, em nome da equipe, quero que o prêmio seja nosso. Mas se não ganhar, o grande papel é conquistar esse espaço na produção de documentário nacional. Se estamos concorrendo hoje, é sinal que estamos produzindo matérias interessantes”, disse Sartori.

Bonsucesso – O documentário Doce Sabor de Bonsucesso, gravado no distrito de Bonsucesso, localizado em Várzea Grande, mostra a culinária, a cultura e o artesanato de uma das primeiras cidades criadas às margens do rio Cuiabá.

Sartori descreve que Bonsucesso é um lugarejo isolado e encantador, onde o povo vive num ritmo próprio e alicerçado na história. O documentário, segundo ele, mostra o meio de transporte utilizado pelos produtores de rapadura: o carro de boi.

“Nós gravamos todo o processo na fabricação da rapadura de cana-de-açúcar. Da colheita da cana, da moagem até o processo de fabricação da rapadura”, conta.

O documentário mostra a conversa com uma artesã de redes de dormir. Ela relata para a produção que as redes eram confeccionadas com agulhas de osso. Segundo Sartori, as artesãs utilizavam as técnicas dos índios Guaná.

“Ela trouxe isso para toda a vida. A equipe teve ainda o privilégio de conversar com um dos pescadores mais antigos de Bonsucesso. De acordo com ele, o local tinha fartura de peixes”, lembra Sartori.

“Para gravar a produção de rapadura, lembro que seguíamos para Bonsucesso às 3h30 da madrugada. Tínhamos o compromisso de acompanhar o fabricante da rapadura até a lavoura. Lá, ele fazia o transporte da cana no carro de boi e levava para a cidade”.

“No outro dia, o périplo era o mesmo. Repetia-se o mesmo processo.  A gravação levou praticamente uma semana para ficar pronta. Esse documentário foi atípico porque a rapadura pode levar até dois dias para ser feita”, disse Sartori.

Vila Bela – O documentário de Vila Bela da Santíssima Trindade conta a história do município que foi a primeira capital de Mato Grosso (1752), localizado às margens do rio Guaporé.

De acordo com Sartori, o documentário retrata a história de um povo guerreiro, formado graças à exploração aurífera da região. Mas quando o ouro acabou, o poder econômico diminuiu e as autoridades políticas abandonaram os escravos na região.

“Eles tiveram que se reestruturar e, com isso, escrever sua própria historia. Vila Bela surge nesse contexto. O documentário retrata essa história e faz um paralelo com as belezas da serra Ricardo Franco, que tem uma das maiores cachoeiras de Mato Grosso”.

“Contamos um pouco da natureza e um pouco dessa história. O documentário fala de um povo guerreiro e rico culturalmente”, destaca o jornalista.

Sartori conta que o documentário foi feito durante a tradicional festa da Dança do Congo, realizada todos os anos, no mês de julho. Na festa, eles reproduzem a religiosidade local.

A Dança do Congo é uma dramatização de uma disputa entre o Reinado, representado pelo rei do Congo e pelo embaixador do rei de Bamba. E a Dança do Chorado representa o choro dos negros, quando as mulheres dançam equilibrando garrafas de canjinjim na cabeça.

Guiratinga –  A TVAL participa também com o documentário Caretas de Guiratinga, que tem uma tradição de quase sete décadas. Nesse vídeo é retratada a confecção de máscaras feitas de papel, barros e colas artesanais.

Segundo Sartori, parte da população local não tinha grana para participar do carnaval, por isso produziam as máscaras. “Ao longo dos anos, essa técnica foi aprimorada e até hoje a população local e os turistas que visitam a cidade, no período de carnaval, utilizam esse tipo de adereço”, explicou Sartori.

Pantanal – Uma equipe acompanhou uma comitiva que por 27 dias – no fim do período da seca e início das chuvas – percorreu o Pantanal de Cáceres, passando por Porto Esperidião, chegando até Mirassol d’Oeste  – fazendo o transporte de gado de uma fazenda para a outra.

O documentário mostra a comitiva formada por peões de boiadeiros e suas montarias. Esse é um fenômeno socioeconômico e cultural que ocorre no Pantanal de Mato Grosso.

Pós-produção – O gerente de pós-produção da TV Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Severino Moreira Reino, conhecido com Bill, explica que nessa segunda mostra da Astral, a ALMT ficou responsável pela produção das sinopses dos documentários realizados pelos profissionais da TVAL e das outras 26 casas legislativas (estaduais e municipais).

Ao todo, a equipe de produção da TVAL editou  30 vídeos, cada um ganhou um trailer de 45 segundos. Isso, segundo ele, será como se fosse uma premiere, uma introdução dos documentários produzidos pelas TVs.

“Hoje, nós temos a preocupação da veiculação dos materiais que são produzidos pela TVs públicas. Elas têm que ser de interesse público e, ainda, ter cunho educativo”, disse Bill.

Bill avalia que, mesmo com bons documentários apresentados pelas outras tevês concorrendo, a de Mato Grosso tem chance de ganhar o primeiro lugar.

“Mas, mais que conquistar o primeiro lugar, o melhor prêmio está na participação de todo os profissionais das TVs legislativas. Está surgindo um mercado de trabalho. Os vídeos de Mato Grosso serão exibidos, por exemplo, no Nordeste e Sudeste. Isso é importante e saudável”, disse Bill.

Os documentários vão passar pelo crivo da Comissão Avaliadora, composta de pessoas ligadas à comunicação legislativa brasileira: Alessandra Marquez Anselmo, diretora de Rádio e TV Câmara dos Deputados (DF); Florian Madruga, presidente da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e Contas (Abel); Renato Nery, diretor-executivo da Cine (SP); Angela Silva Brandão, diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal (DF); Luiz Carlos Santana, jornalista e servidor efetivo da TV Senado (Interlegis); e Sérgio Lerrer (SP), jornalista do Pró Legislativo.

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